Benny Gantz fez as declarações numa rara entrevista a um diário saudita, o Asharq al Aswat, com sede em Londres.
"Os palestinianos merecem uma entidade onde possam viver de forma independente" e "com contiguidade territorial" a que possam chamar "um Estado ou um reino, como quiserem", disse Gantz, adiantando que Israel insiste é "na segurança".
O líder da coligação centrista Azul e Branco considerou ainda que os palestinianos "têm direito" a "uma capital" e que Jerusalém tem espaço para tal.
Mas afirmou que a cidade deve continuar unida sob a jurisdição israelita e reiterou que "não voltará às fronteiras de 1967", quando Israel ocupou Jerusalém Oriental e a Cisjordânia na designada Guerra dos Seis Dias.
A liderança palestiniana reivindica há muito um Estado independente na Cisjordânia e Faixa de Gaza, com a capital em Jerusalém Oriental, a solução de dois Estados para resolver o conflito israelo-palestiniano que conta com o apoio da comunidade internacional.
Netanyahu quis anexar este ano com a aprovação de Washington uma parte da Cisjordânia ocupada, como fez com Jerusalém.
A medida fazia parte de um polémico plano da administração de Donald Trump, apresentado em Janeiro, e ficou suspensa após o acordo de normalização de relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos.
Embora apoiasse o plano de Trump, Gantz defende, em alternativa à anexação de uma vasta zona da Cisjordânia, que Israel mantenha o controlo de parte do vale do Jordão "para as suas necessidades de defesa".
O antigo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Israel apelou aos palestinianos para voltarem à mesa das negociações, assegurando que quando "forem resolvidos os acordos de segurança, a solução política" para o conflito "será mais fácil".
A entrevista a Gantz ocorre numa altura de confronto entre o ministro da Defesa israelita e o primeiro-ministro a propósito do Orçamento de Estado.
Se a situação não for ultrapassada até quarta-feira, o parlamento será dissolvido e serão marcadas novas eleições legislativas, as quartas em dois anos, provavelmente para Março.