O grupo fundamentalista Boko Haram reivindicou o rapto dos alunos da Escola Secundária de Ciências, um colégio público masculino na cidade de Kankara, no estado de Katsina.
Em declarações a órgãos de comunicação locais, o governador de Katsina, Aminu Masari, disse que os alunos estavam num bosque em Tsafe, no vizinho estado de Zamfara, desde do rapto, estando a caminho de Katsina, onde devem chegar ainda hoje.
"Estamos muito felizes por anunciar o resgate dos rapazes de Kankara. Pelo menos 334 estão já com agências de segurança e serão levados para Katsina", afirmou o governador, numa mensagem difundida na rede social Twitter.
"Terão a atenção e os cuidados médicos adequados antes de se reunirem com as famílias", acrescentou Masari, sem adiantar pormenores sobre a libertação dos estudantes.
No Twitter, o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, saudou "a libertação dos estudantes".
"É um grande alívio para todo o país e para a comunidade internacional. Todo o país agradece ao governador Masari, às agências de segurança, ao exército e à polícia", acrescentou.
A libertação foi anunciada algumas horas depois do Boko Haram ter difundido um vídeo que mostra alegadamente mais de 300 estudantes raptados.
"Fomos capturados pelo grupo de Abubakar Shekau [líder do Boko Haram]. Alguns de nós foram assassinados", afirmou, no vídeo, um estudante em inglês e em hausa (idioma falado no norte da Nigéria).
Em 2014, 276 raparigas de um colégio interno em Chibok, no noreste da Nigéria, foram raptadas pelo Boko Haram e até hoje desconhece-se o paradeiro de pelo menos 112 raparigas.
O Boko Haram foi criado em 2002 em Maiduguri, capital do estado de Borno, pelo líder espiritual Mohamed Yusuf para denunciar o abandono do norte do país pelas autoridades.
Desde a morte de Yusuf, em 2009, o grupo radicalizou-se e o nordeste da Nigéria está mergulhado na violência do Boko Haram, que procura impor um estado islâmico na Nigéria, de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
Até agora, o Boko Haram assassinou mais de 27 mil civis e levou cerca de dois milhões de pessoas a fugirem de suas casas, de acordo com dados da ONU.