Em 05 de julho, 121 estudantes foram raptados no noroeste da Nigéria, depois de homens armados terem atacado um internato de uma escola secundária, no estado de Kaduna.
Os atacantes invadiram o Colégio Baptista Bethel, na cidade de Chikun, por volta das 02:00 locais (mesma hora em Lisboa), disparando esporadicamente antes de levarem um número ainda indefinido de estudantes, disse John Hayab, reverendo da Igreja Baptista e presidente do ramo regional da Associação Cristã da Nigéria.
Esse ataque foi o mais recente de uma série de sequestros em massa de crianças e estudantes no noroeste da Nigéria por grupos criminosos.
Hoje, o reverendo Hayab anunciou que 28 desses jovens tinham sido libertados, estando já junto dos seus pais.
"Os bandidos libertaram-nos ontem e nós fomos buscá-los no autocarro da igreja", disse o reverendo, acrescentando que as crianças passaram a noite na escola antes de as autoridades contactarem os seus familiares.
“Ao todo, temos 34 crianças que recuperaram a liberdade e 87 que ainda estão reféns dos bandidos”, informou Hayab, esclarecendo que "cinco crianças fugiram em 21 de julho, duas delas foram encontradas pela polícia e as outras três conseguiram chegar à escola por conta própria".
Após o rapto de 05 de julho, os sequestradores exigiram comida e um resgate dos funcionários da escola para a libertação dos reféns.
“Conversámos muito com os bandidos. A igreja, mas também os pais, tiveram um papel importante” na sua libertação, explicou Hayab, concedendo que foi dado dinheiro aos sequestradores, mas sem revelar a quantia.
Os raptos de viajantes ou de figuras influentes para o pagamento de resgate são comuns no país mais populoso de África.
O grupo islâmico Boko Haram começou a realizar raptos em escolas, com o sequestro de mais de 200 meninas no dormitório de Chibok, em 2014, provocando a indignação na opinião pública mundial.
Nos últimos meses tem havido um aumento de raptos em massa em escolas no norte da Nigéria com o objetivo, em muitos casos, de obter resgates avultados e, segundo as autoridades, cerca de mil estudantes foram raptados desde dezembro.
O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, ordenou às forças de segurança que fizessem tudo para libertar as crianças, mas o chefe de Estado tem sido fortemente criticado por a situação de segurança no país continua a piorar.