Este procedimento segue-se a um pedido formal, discutido na terça-feira à noite, para que o vice-Presidente invocasse a 25.ª emenda da Constituição para retirar poderes a Trump, invocando os riscos da sua manutenção no cargo para a segurança do país, o que Mike Pence já anunciou que se recusará a fazer.
O artigo para o novo processo de ‘impeachment’ de Donald Trump - que, se vier a ser aprovado, será o único Presidente a ser alvo de dois processos de destituição durante o mandato – foi apresentado na Câmara de Representantes, na segunda-feira, acusando o líder republicano de “crimes graves” por incitar os seus apoiantes a assaltar o Capitólio, na passada quarta-feira.
Este artigo único para o processo de destituição angariou 218 promotores, o que lhe permite a maioria suficiente para que seja levado a votação na Câmara de Representantes.
Os democratas lutam agora contra o relógio, para conseguir que o artigo de destituição seja aprovado na Câmara e levado a tempo de ser votado no Senado, antes da tomada de posse do Presidente eleito, Joe Biden.
A obtenção de uma maioria simples na Câmara de Representantes para iniciar o julgamento político de Trump parece exequível, mas mais difícil será obter a maioria de 2/3 no Senado, ainda controlado pelos republicanos, para conseguir a sua remoção do cargo.
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell enviou uma nota aos seus colegas de bancada, na segunda-feira, explicando que, se vier a receber o artigo de destituição do Presidente, apenas aceitará a sua apreciação na câmara alta do Congresso no dia 19 de Janeiro, ou seja, na véspera de tomada de posse de Biden.
Contudo, o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, já anunciou que vai tentar que seja admitida a invocação de urgência do artigo de destituição, para que o julgamento político possa ser iniciado ainda esta semana.
“É urgente. O Presidente representa um perigo real para a nossa democracia”, disse terça-feira David Cicilline, um dos representantes democratas que assina o artigo de destituição.
Os democratas dizem estar convencidos de que, ao contrário do que aconteceu no primeiro processo de destituição de Trump, no início de 2020, desta vez, numerosos republicanos na Câmara de Representantes e no Senado quererão aprovar a remoção do Presidente do seu cargo.
Se o Senado aprovar a destituição de Trump, o Presidente perde os seus poderes no imediato, sendo substituído pelo vice-Presidente até à tomada de posse de Biden, e jamais poderá voltar a recandidatar-se a um novo mandato presidencial.