Numa acção de homenagem ao fundador da Wikileaks, em Genebra, Stella Morris sustentou que Assange está a viver um “cativeiro desumano” no Reino Unido e que poderá perder a vida.
“Preso numa cela de metal de nove metros quadrados há dois anos e meio, [Julian Assange] vive uma situação com apenas duas saídas possíveis: ou recupera a liberdade, ou morre. E se morrer não será porque se suicida, mas porque está a ser assassinado”, disse a advogada e companheira do activista.
Stella Morris, que tem dois filhos com o activista fruto da relação que mantiveram durante o período em que Assange se refugiou na embaixada do Equador em Londres, pediu para que Biden, que visitará Genebra em meados de Junho, e em que terá uma cimeira com o homólogo russo, Vladimir Putin, seja alvo dos apelos e da pressão internacionais para a libertação do fundador da Wikileaks.
“Todos devem pedir-lhe para que termine esta loucura, esta aberração, pois num mundo sensato, a situação [de Assange] não pode ser considerada normal”, afirmou Stella Morris.
A advogada participou numa iniciativa para pedir a libertação de Assange realizada nas margens do lago Leman, em Genebra, onde sábado será inaugurada uma escultura do artista italiano Davide Dornino, que homenageia não só Assange como também duas outras vozes que revelaram segredos incómodos da política interna e externa dos Estados Unidos, Edward Snowden e Chelsea Manning.
Na iniciativa participaram também o novo presidente da câmara de Genebra, Frédérique Perler, e o relator da ONU contra a tortura, Nils Melzer, que afirmou que o caso de Assange é “um dos maiores escândalos judiciais da história”.
“É a história de um homem que está a ser perseguido por ter dito a verdade sobre a má conduta de Estados e empresas poderosas”, expondo crimes de guerra, tortura e corrupção, disse Melzer.
“[Assange] é acusado de cumprir o dever de todo jornalista, que é obter e publicar informações”, acrescentou Melzer, que também criticou as condições “desumanas” em que está detido na prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres.
“Só lá está porque querem impedi-lo de comunicar, de exercer a sua profissão, de estar com sua família”, denunciou o especialista das Nações Unidas.
Se for extraditado para os Estados Unidos, Assange pode enfrentar uma pena até 175 anos de prisão por violações da Lei de Espionagem.
Segundo a sua advogada, a saúde de Assange deteriorou-se significativamente desde que está detido em Belmarsh.