O país mais afectado do continente, a África do Sul, registou hoje 18.762 novos casos, o número mais alto deste ano.
No total, quase 1,9 milhões de pessoas foram infectadas, registando-se 59.621 mortos, para uma população de 58 milhões.
O país está a sofrer o impacto de uma terceira vaga que está a colocar à prova um sistema de saúde frágil.
“Entramos numa fase exponencial da pandemia, com números que estão a aumentar muito, muito rapidamente e que continuarão a aumentar por várias semanas”, alertou Túlio de Oliveira, um dos maiores especialistas em virologia do país.
A variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia, "parece estar agora a dominar as infecções na África do Sul", acrescentou o especialista, em conferência de imprensa.
Para travar a disseminação desta variante, o país vai "tomar medidas restritivas com urgência", afirmou Koleka Mlisana, responsável de um comité científico que assessora o governo sobre a pandemia.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, já havia intensificado as medidas de combate ao novo coronavírus em meados de Junho, alargando o toque de recolher obrigatório e impondo controlos mais rígidos sobre a venda de álcool.
Agora, perante esta situação, o Presidente deve anunciar novas restrições num discurso previsto para domingo.
Com quase 60% do número total de infecções, Gauteng, o pulmão económico e a província mais populosa do país, onde fica a capital administrativa Pretória e o centro financeiro de Joanesburgo, é o actual epicentro da epidemia.
Os hospitais estão já numa situação difícil e as autoridades de saúde começaram a transportar os pacientes para áreas menos afectadas.
A campanha de vacinação começou com dificuldades em Fevereiro e apenas 2,4 milhões de pessoas já foram totalmente vacinadas.
Identificada pela primeira vez na Índia, onde se espalhou a partir de Abril, a variante Delta está agora presente em pelo menos 85 países, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
A pandemia de COVID-19 provocou mais de 3,9 milhões de vítimas em todo o mundo, resultantes de perto de 180 milhões de casos de infecção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.