Antes do amanhecer, os serviços prisionais israelitas disseram que um primeiro alarme foi acionado por volta das 03:00 locais (22h00 em Cabo Verde), enquanto residentes alegaram ter visto "pessoas suspeitas" próximo da prisão de Gilboa (norte), onde estão presos centenas de palestinianos.
Os mesmos serviços indicaram estar a transferir os cerca de 400 prisioneiros de Gilboa, detidos por "crimes ligados à segurança", para evitar que escapem por outros túneis que possam ter sido escavados.
A rara evasão ocorre no mesmo dia em que Israel começa a temporada de festas judaicas, iniciada hoje à noite com o Rosh Hashana (ano novo).
A polícia israelita lançou uma vasta caça ao homem e o exército disponibilizou meios de observação aéreos e preparou as tropas para intervir se necessário na Cisjordânia, território palestiniano ocupado desde 1967.
Um jornalista da agência France Presse constatou um reforço dos soldados nos arredores da cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia.
Um dos fugitivos, Zakaria al-Zubeidi, era chefe das Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa, o braço armado do partido Fatah do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, naquela grande cidade cisjordana.
Segundo os media israelitas, os evadidos podem já ter regressado à Cisjordânia, que tem algumas áreas onde a segurança é controlada por unidades palestinianas.
O primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, considerou a evasão "um incidente muito grave" e indicou estar a acompanhar a busca dos fugitivos em tempo real.
O movimento islâmico palestiniano Hamas, no poder na Faixa de Gaza, e a Jihad Islâmica, um dos principais grupos armados palestinianos, saudaram a evasão.
"É um acto heróico e corajoso, uma vitória da vontade e determinação dos nossos heróicos prisioneiros, um verdadeiro revés para o sistema de segurança sionista, que a ocupação apresenta como o melhor do mundo", declarou Fawzi Barhum, porta-voz do Hamas, citado num comunicado.
A prisão de alta segurança de Gilboa entrou em funcionamento em 2004, em plena vaga de atentados ligados à segunda Intifada, levantamento palestiniano de 2000 a 2005.
A evasão de hoje ocorre depois de nos últimos meses se terem registado confrontos israelo-palestinianos mortais na Cisjordânia, nomeadamente na localidade de Beita e no campo de Jenin, centro de contestação palestiniana.
Além disso, nas últimas semanas ocorreram também raros protestos contra a liderança de Abbas, assim como manifestações ao longo da barreira que separa Israel do enclave de Gaza.