Apesar de Bolsonaro garantir que os protestos serão pacíficos, os seus apoiantes mais radicais têm instado à "invasão" das sedes do Parlamento e do Supremo Tribunal Federal (STF) e têm utilizado as redes sociais para promover ameaças e até sugerir o assassinato de juízes.
As mobilizações ocorrem num momento de tensão política devido a uma crise institucional que o país tem enfrentado nas últimas semanas, marcada principalmente por embates de Bolsonaro com juízes do STF.
São Paulo e Brasília serão os dois principais palcos das manifestações convocadas por grupos da extrema-direita e Bolsonaro prometeu que estará presente nessas duas cidades. Além disso, outros actos deverão ocorrer de forma orgânica por todo o país.
Em Brasília, capital do país, são esperados manifestantes de pelos menos outros 10 estados, sendo que a capacidade hoteleira da região encontra-se perto da lotação, de acordo com a imprensa local, que avança que caranavas provenientes de várias partes do Brasil estão a deslocar-se para o centro do poder brasileiro para os protestos.
O esquema de segurança na Esplanada dos Ministérios prevê que os apoiantes de Bolsonaro sejam revistados para evitar porte de armas brancas ou de fogo no local.
Já a Avenida Paulista, popular avenida de São Paulo, é onde se espera a maior concentração de manifestantes, com a Polícia Militar a informar que acompanhará os protestos de perto.
Nas redes sociais, começam a chegar imagens dos primeiros protestos.
Por outro lado, estão ainda previstos actos de oposição ao chefe de Estado, que estarão geograficamente distantes dos locais de manifestação pró-Bolsonaro, para evitar confrontos directos.
As manifestações, incentivadas pelo próprio Bolsonaro, foram convocadas num contexto de fortes tensões entre o chefe de Estado e o Supremo e o Congresso, instituições a que a extrema-direita acusa de actuar como "partidos de oposição" ao Governo.
Nas últimas semanas, Bolsonaro provocou uma instabilidade institucional ao fazer duras críticas à Justiça, que o investiga em várias frentes por supostas irregularidades no combate à covid-19 ou por espalhar notícias falsas sobre a transparência e fiabilidade do sistema eleitoral brasileiro.
Embora incentive as manifestações e pretenda participar naquelas que serão realizadas em Brasília e São Paulo, Bolsonaro acabou por baixar o tom da convocação e pediu marchas em defesa da "liberdade" e dos "valores conservadores", como o "família, propriedade privada e Deus", mas frisando que o povo fará "um ultimato" a quem desafiar a Constituição.