“O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que integrava a Comitiva Presidencial a Nova Iorque (EUA), testou positivo para a covid-19 e permanecerá nos Estados Unidos durante o período de isolamento. O ministro passa bem”, informou a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom) da Presidência brasileira em comunicado, na terça-feira
A Secom informou ainda que os demais integrantes da comitiva realizaram o exame e “testaram negativo para a doença”.
Após o anúncio da Secretaria, o ministro recorreu às redes sociais para confirmar que se encontra infectado e que ficará de quarentena em território norte-americano, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária.
“Enquanto isso, o Ministério da Saúde seguirá firme nas acções de enfrentamento à pandemia no Brasil. Vamos vencer esse vírus”, escreveu o governante no Twitter.
Queiroga é o segundo membro da comitiva do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que se deslocou a Nova Iorque para participar na 76ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que testou positivo durante a viagem, de acordo com a imprensa brasileira.
O ministro esteve presente nesta terça-feira na Assembleia-Geral da ONU, mas informou que esteve sempre de máscara.
Contudo, Queiroga, que já recebeu as duas doses do imunizante contra a covid-19, fez refeições nas ruas de Nova Iorque na companhia de Bolsonaro e de outros ministros. O governante deu ainda diversas entrevistas na parte externa do hotel onde estava hospedado, além de ter circulado pelas dependências da ONU e pelo Memorial do 11 de Setembro, onde esteve com Bolsonaro, que, por sua vez, não usou máscara.
Na noite de segunda-feira, o ministro da Saúde causou polémica ao fazer um gesto obsceno a brasileiros que se manifestavam em Nova Iorque contra Bolsonaro, a quem chamaram de “genocida” e “assassino”.
A presença de Bolsonaro na Assembleia em Nova Iorque, onde a imunização foi anunciada como obrigatória, estava a ser questionada devido à sua relutância em tomar a vacina contra a covid-19.
Contudo, mesmo sem imunizante, o chefe de Estado brasileiro viajou para Nova Iorque no domingo, onde foi fotografado a comer na rua, situação que os ‘media’ brasileiros associam à recusa em se vacinar contra a doença.
Bolsonaro, um dos chefes de Estado mais cépticos em relação à gravidade da pandemia em todo mundo, defendeu na terça-feira a autonomia médica e o uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada contra a covid-19 durante a abertura da 76.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU, num discurso duramente criticado pela oposição.
O Brasil é o país lusófono mais afectado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo ao totalizar 591.440 óbitos e 21.247.094 infecções desde o início da pandemia.
A covid-19 provocou pelo menos 4.696.559 mortes em todo o mundo, entre mais de 229,01 milhões de infecções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.