De nada valeu o apelo de António Costa, hoje à tarde na Assembleia da República. "Não é necessário que o Bloco, o PCP ou o PEV votem a favor desta proposta. Os votos do PS são suficientes para derrotar os da direita. Basta que a esquerda do PS não some os seus votos aos votos da direita para que o orçamento possa ser viabilizado", avisava o primeiro-ministro português.
No entanto, o Orçamento do Estado acabaria mesmo por ser chumbado com 117 votos contra resultantes dos votos do PSD, CDS, IL e Chega a que se juntaram os votos do PCP, PEV e Bloco de Esquerda.
Depois do chumbo do documento António Costa declarou aos jornalistas, já fora do plenário, sentir-se de "consciência tranquila e cabeça erguida" sublinhando que que acatará "sem comentários" qualquer decisão que o Presidente da República venha agora a tomar - e tudo aponta para que sejam a dissolução da AR e convocação de eleições antecipadas
"O Governo respeita as competências do Presidente da República. Cá estaremos para governar por duodécimos e irmos para eleições", afirmou António Costa, assegurando também que os portugueses "podem contar com o Governo para continuarmos a assegurar a governação".
Na sequência da reprovação do Orçamento do Estado, o Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues anunciou que agendou para amanhã de manhã uma conferência de lideres para reorganizar os trabalhos parlamentares.
"Informo todos os grupos parlamentares que amanhã, às 10.30, reunirá a conferência de líderes para procedermos de acordo com este resultado e programarmos os trabalhos da Assembleia da República", informou Ferro Rodrigues.
Ainda hoje o Presidente da Assembleia da República e o Primeiro-ministro deverão ser recebidos pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.