Variante Ómicron foi detectada na Europa há quase duas semanas

PorExpresso das Ilhas,4 dez 2021 8:23

Seis dias antes do alerta dado pelas autoridades sul-africanas, a 25 de Novembro, já havia pelo menos um caso da variante Ómicron na Europa, mostra uma análise de amostras recolhidas nas últimas semanas nos Países Baixos. Entretanto, regressam as restrições nas viagens internacionais, com países, inclusive, a encerrarem totalmente as fronteiras.

As autoridades de Saúde neerlandesas revelaram, esta terça-feira, que a variante Ómicron já estava presente no país há mais tempo, ainda antes de ter sido declarada “variante preocupante”, na semana passada.

A primeira amostra com a nova variante foi recolhida a 19 de Novembro e as autoridades acreditam que a Ómicron já está disseminada na comunidade, segundo o Instituto Nacional de Saúde Pública, citado pela ANP.

“Encontrámos a variante Ómicron em duas amostras recolhidas a 19 de Novembro e no dia 23. Não é claro se estas pessoas visitaram o Sul de África”, adiantou o instituto neerlandês. Estes casos são anteriores ao anúncio das autoridades de saúde sul-africanas, que a 25 de Novembro alertaram o mundo para uma nova variante, que um dia depois viria a ser declarada “preocupante” pela Organização Mundial de Saúde, sendo baptizada de Ómicron.

Segundo uma atualização do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC), feita também esta terça-feira, com base nos dados facultados pelos Estados-membros da União Europeia e do Espaço Económico Europeu [UE/EEE] até às 12h00 de Bruxelas (10h00 em Cabo Verde), foram comunicados 44 casos confirmados de Ómicron “por 11 países da União Europeia e do Espaço Económico Europeu” - Portugal, Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca, França (Reunião), Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha e Suécia.

Este número representa mais 11 casos relativamente a segunda. O ECDC destaca, contudo, que “a maioria dos casos confirmados tem um historial de viagens para países africanos, tendo alguns efectuado voos de ligação para outros destinos entre África e a Europa”. “Todos os casos para os quais existe informação disponível sobre gravidade ou eram assintomáticos ou tinham sintomas ligeiros”, refere, indicando ainda que “até à data, não foram comunicados quaisquer casos graves ou mortes entre estes casos”.

Ómicron fecha fronteiras e suspende viagens

Na passada sexta-feira, a OMS exortou os países a não imporem restrições a viajantes vindos da África Austral, mas, esta segunda-feira, a agência das Nações Unidas publicou um relatório onde alerta que o risco global representado pela nova variante é “muito alto”.

No relatório não há uma recomendação de proibição de voos para determinadas regiões, contudo, pelo menos 44 países já impuseram restrições de viagem a vários países africanos na sequência da descoberta da variante.

Em Portugal, desde a meia-noite de sábado, todos os passageiros de voos oriundos de Moçambique, África do Sul, Botswana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbabué estão obrigados a cumprir uma quarentena de 14 dias após a entrada em Portugal continental. Para viagens com partida de outros países, incluindo da Europa, só entram em território nacional os passageiros que estiverem vacinados e apresentem um teste negativo.

Espanha impõe quarentena de 10 dias à chegada a todos os viajantes vindos de zonas consideradas de “alto risco”.

Na sexta-feira, a União Europeia (UE) decidiu suspender temporariamente os voos da África do Sul, Namíbia, Lesoto, Essuatíni, Zimbabué, Moçambique e Botswana.

O Reino Unido obriga a um teste PCR à chegada e ao uso de máscara em espaços públicos. Além disso, África do Sul, Namíbia, Zimbabué, Botsuana, Lesoto, Essuatíni, Angola, Moçambique, Maláui e Zâmbia passaram a estar incluídos, desde as 4 horas de domingo, na lista de territórios cujos habitantes não podem viajar para o Reino Unido (a não ser que se tratem de cidadãos britânicos e que devem ficar em quarentena num hotel designado).

A Austrália proíbe, desde sábado, a entrada no país a viajantes não australianos nem residentes no país que tenham visitado nos últimos 14 dias a África do Sul, Botsuana, Malauí, Moçambique, Namíbia, ilhas Seychelles e Zimbabué. Aqueles que têm permissão para entrar no país devem cumprir uma quarentena de 14 dias num centro designado pelas autoridades.

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anunciou esta segunda-feira que o país vai encerrar fronteiras para viajantes estrangeiros, numa tentativa de conter a nova vaga da pandemia. Os cidadãos japoneses e os residentes estrangeiros que regressem de países com casos da Ómicron terão de ficar em quarentena em instalações controladas pelo Governo.

Em Israel, o gabinete do primeiro-ministro anunciou, no domingo, a proibição da entrada de estrangeiros no país a partir da meia-noite (noite de domingo para segunda-feira). Os cidadãos israelitas serão obrigados a apresentar um teste PCR negativo e a cumprir uma quarentena de três dias, caso tenham sido vacinados contra o coronavírus, e de sete dias, caso não estejam vacinados.

Durante, pelo menos, duas semanas, os voos internacionais para Marrocos estarão suspensos, uma medida anunciada pelo Governo do país no domingo, e que entrou em vigor esta segunda-feira. O comité interministerial responsável pela coordenação das medidas de viagens internacionais para prevenir a Covid-19 disse que a decisão foi tomada para “preservar as conquistas de Marrocos na luta contra a pandemia e para proteger a saúde dos seus cidadãos”. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1044 de 1 de Dezembro de 2021.

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Autoria:Expresso das Ilhas,4 dez 2021 8:23

Editado porDulcina Mendes  em  5 set 2022 23:27

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