Sete corpos foram encontrados dentro das casas que os rebeldes queimaram durante o ataque, segundo informou o coordenador de grupos da sociedade civil na área de Walese Vonkutu, Dieudonné Malangayi.
"As vítimas são cinco mulheres e dois homens, todos camponeses da região", acrescentou Malangayi.
O ataque ocorreu na cidade de Otomabere-Bwanasura, na província de Ituri, de acordo com o coordenador da Organização Não Governamental (ONG) local Convenção para o Respeito dos Direitos Humanos (CRDH), Christophe Munyanderu.
"Os rebeldes incendiaram cerca de 30 casas e sequestraram alguns jovens", disse Munyanderu.
As ADF são um grupo rebelde de origem ugandesa, mas estão actualmente sediadas no nordeste da RDCongo, perto da fronteira do país com o Uganda.
Segundo o Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, as ADF foram responsáveis por cerca de 1.260 mortes em 2021, sendo o grupo armado mais letal da RDCongo.
Segundo dados compilados pelo Barómetro de Segurança Kivu (KST), as milícias já mataram mais de 2.480 pessoas em mais de 450 ataques, desde 2017, no nordeste do país.
As autoridades ugandesas acusaram as ADF de organizarem três atentados suicidas à bomba no seu território, em Novembro de 2021.
Os alvos do grupo não são claros, para além de uma possível ligação com a organização terrorista do Estado Islâmico (EI), que por vezes reivindica a responsabilidade pelos seus ataques.
Embora os peritos do Conselho de Segurança da ONU não tenham encontrado provas de apoio directo do EI às ADF, os Estados Unidos identificaram os rebeldes como uma "organização terrorista" afiliada ao grupo 'jihadista', desde Março de 2021.
O governo congolês impôs um estado de sítio em Ituri e na província vizinha do Kivu do Norte, em Maio de 2021, para lidar com os grupos rebeldes, mas esta medida não eliminou o problema.
Além disso, com o objectivo de neutralizar as ADF, os exércitos da RDCongo e do Uganda iniciaram uma operação militar conjunta em solo congolês, no final de Novembro de 2021, prolongada por mais dois meses na semana passada.
Desde 1998 que o leste da RDCongo tem estado mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e ataques de soldados do exército, apesar da presença da missão de paz da ONU (Monusco), com o maior número de 'capacetes azuis' - mais de 14.000 - destacados no terreno.