Os confrontos começaram por volta das 08h00 locais (06h00 em Cabo Verde), depois de os rebeldes terem atacado de surpresa uma patrulha militar na cidade de Mugogo (região de Uvira, na província de Kivu do Sul).
De acordo com o porta-voz provincial do Exército, Dieudonné Kasereka, outros cinco soldados também ficaram feridos no incidente.
Citado pela agência espanhola EFE, Kasereka garantiu que as Forças Armadas "continuarão" as suas operações militares na área para derrotar os "milicianos que querem desestabilizar" a região.
Twigwaneho - uma milícia de autodefesa - significa "Nós vamos defender-nos" em Kinyamulenge, a língua da comunidade Banyamulenge, cidadãos da RDCongo com uma língua e cultura semelhantes às do povo vizinho do Ruanda e muitas vezes considerados "estrangeiros" por outros grupos étnicos no seu próprio país.
Desde há décadas que os Banyamulenge e outras comunidades nas províncias de Kivu do Sul e na vizinha Kivu do Norte se acusam mutuamente de atacar propriedades e criaram grupos armados para se defenderem.
Os conflitos intercomunitários intensificaram a partir de 2018, principalmente devido às disputas entre pastores Banyamulenge e fazendeiros locais pelas terras férteis de Kivu do Sul e pela presença de rebeldes de origem ruandesa, o Congresso Nacional Ruandês (RNC, na sigla em inglês).
Apesar de no passado dia 31 de Março de 2021, representantes dos Banyamulenge e outras comunidades dos planaltos de Uvira, Mwenga e Fizi (Kivu do Sul) terem assinado um acordo de paz em Kinshasa, a segurança desta região permanece volátil.
Desde 1998 que o leste da RDCongo está mergulhado em conflitos alimentados por milícias rebeldes e ataques de soldados do Exército, apesar da presença da missão de paz da ONU (MONUSCO), com mais de 14.000 soldados destacados.
A ausência de alternativas e meios de subsistência estáveis levaram milhares de cidadãos da RDCongo a pegar em armas e, de acordo com o Barómetro de Segurança Kivu (KST), a região é um campo de batalha para pelo menos 122 grupos rebeldes.