"Amanhã daremos um passo importante, com a assinatura de um acordo trilateral sobre gás entre Israel, a União Europeia (UE) e o Egipto", declarou Ursula von der Leyen, citada pela agência Efe, durante uma conferência de imprensa conjunta, em Jerusalém, com o primeiro-ministro israelita, Naftali Benet.
A UE, que pretende diminuir a sua dependência energética da Rússia, reforça desta forma os seus vínculos com Israel, uma vez que este país se tornou nos últimos anos um exportador de gás, aproveitando as reservas que possui nas suas águas territoriais do Mediterrâneo.
Durante a conferência de imprensa, Ursula von der Leyen explicou que a invasão russa da Ucrânia "criou sérias consequências para a Europa e para outros países", razão pela qual a UE "tenta trabalhar com outros aliados, como Israel, para enfrentar os desafios que isso acarreta.
"A UE era o maior e o mais importante cliente da Rússia em petróleo, gás e carvão, mas depois da guerra na Ucrânia a tentativa da Rússia de nos chantagear com a energia, cortando deliberadamente o seu fornecimento, fez com que decidíssemos livrar-nos da dependência russa e optar por fornecedores de confiança", justificou a presidente da Comissão Europeia
Esta comunicação teve lugar numa altura em que a ministra da Energia de Israel, Karine Elharrar, viajava para o Egipto para participar numa reunião do Fórum do Gás do Mediterrâneo Oriental.
Segundo meios de comunicação locais, Israel e a UE negoceiam há mais de um mês a exportação de gás através do Egipto.
Devido à falta de gasodutos que conectem Israel com a UE, a opção passa por canalizar o gás israelita ao Egipto, para liquefazer-se e ser exportado, posteriormente, de barco para a Europa.
De acordo com a ministra da Energia israelita, Israel poderá fornecer á Europa perto de 1.000 milhões de metros cúbicos de gás, procedentes das suas reservas no alto mar.