Segundo o comunicado final da 42.ª cimeira ordinária de chefes de Estado e de Governo da SADC, que decorreu, esta quarta-feira, na capital da República Democrática do Congo, foi analisado o "relatório sobre a situação de segurança na província de Cabo Delgado".
A organização "aprovou a prorrogação do mandato da Missão da SADC em Moçambique (SAMIM) e dos relevantes processos conexos", adianta a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores angolano.
O comunicado não indica o prazo de prorrogação desta missão.
A 14 de Julho, a SADC tinha aprovado, numa cimeira extraordinária, a prorrogação provisória desta missão, remetendo uma decisão final para a reunião de líderes em Kinshasa. Na ocasião, os países da África Austral assinalaram que o destacamento da força alcançou "conquistas e marcos significativos" no combate ao "terrorismo".
"A cimeira saudou os Países Contribuintes com Efectivos (PCC) para a SAMIM pela solidariedade e sacrifício para apoiar a missão e endereçou condolências aos governos e famílias dos nove efectivos da SAMIM que perderam a vida no teatro das operações", acrescenta a nota, sobre a reunião desta quarta-feira.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas está a ser aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Há 784 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED.
Desde Julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com o apoio do Ruanda, a que se juntou depois a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), permitiu recuperar zonas onde havia presença de rebeldes, mas a fuga destes tem provocado novos ataques noutros distritos usados como passagem ou refúgio temporário.