Imprensa em Israel exige maior protecção após morte de jornalista

PorExpresso das Ilhas, Lusa,8 set 2022 14:28

A Associação da Imprensa Estrangeira em Israel questionou hoje as conclusões do exército israelita sobre a morte da jornalista palestiniano-norte-americana Shireen Abu Akleh, abatida quando cobria uma operação militar, e exigiu medidas para evitar que se repitam incidentes idênticos.

As recentes declarações das Forças de Defesa de Israel sobre a morte de Abu Akleh, abatida a 11 de Maio, "suscitam grandes interrogações" sobre a actuação dos militares, bem como "sérias dúvidas quanto ao compromisso de proteger os jornalistas no futuro", lê-se no comunicado da Associação da Imprensa Estrangeira (FDA, na sigla inglesa).

Segundo a FDA, que congrega cerca de 500 jornalistas da imprensa estrangeira que reportam desde Israel, da Cisjordânia ocupada e da Faixa de Gaza, um porta-voz do exército israelita reconheceu uma "forte possibilidade" de um soldado ter morto Abu Akleh, mas não de forma deliberada, uma declaração considerada insuficiente pela família, pela estação televisiva e pelos apoiantes da vítima.

A reputada jornalista da Al Jazeera foi morta por um bala que lhe atingiu a cabeça a 11 de Maio, quando fazia a cobertura de uma incursão militar israelita num campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967.

Após a morte de Abu Akleh, que estava equipada com um colete à prova de bala e capacete, com a menção "Press", a Autoridade Palestiniana e a cadeia televisiva do Qatar acusaram de imediato o exército israelita pela sua morte.

Também segunda-feira, o gabinete do procurador militar israelita anunciou "não suspeitar de um acto criminal que justificasse a abertura de um inquérito criminal pela polícia militar", apesar da "forte probabilidade" de Abu Akleh ter sido morta por soldados.

A ONU e diversos 'media' consideraram que o disparo fatal foi proveniente da arma de um soldado israelita, um cenário considerado verosímil pelos Estados Unidos, que efectuaram um exame balístico ao projéctil, apesar de terem afastado a hipótese de um tiro deliberado.

Quarta-feira, o primeiro-ministro israelita, Yair Lapid, indicou que se opõe a um inquérito judicial ao soldado que será o responsável pela morte da jornalista.

"Não permitirei que um soldado que se protegia dos tiros de terroristas seja perseguido pela justiça apenas para obter felicitações do estrangeiro", disse Lapid durante uma cerimónia militar.

"Entendo os apelos para o julgamento dos soldados após a morte de Shireen Abu Akleh... ninguém nos imporá as nossas regras quando lutamos pelas nossas vidas... os nossos soldados têm o apoio total do Governo", acrescentou Lapid.

Estas declarações surgem após os Estados Unidos terem recordado a "importância de prestar contas" no caso de Abu Akleh, que possuía dupla nacionalidade norte-americana e palestiniana.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,8 set 2022 14:28

Editado porAndre Amaral  em  9 set 2022 10:25

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