"O secretário-geral adjunto dos Assuntos Humanitários e coordenador da Ajuda de Emergência (Martin Griffiths) anunciou a atribuição de oito milhões de dólares do Fundo Central de Resposta a Emergências da ONU (UNCERF) para a Venezuela", explicou o OCHA.
Segundo aquele organismo "os fundos vão ser destinados a projetos do Plano de Resposta Humanitária 2022-2023, focados em pessoas em situação de vulnerabilidade".
Em 16 de agosto, a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) lançou uma atualização do Plano de Resposta Humanitária 2022-2023 para a Venezuela, precisando que o propósito é apoiar 5,2 milhões de venezuelanos no seu país natal.
Para financiar o plano a ONU precisa de 795 milhões de dólares.
O Plano de Resposta Humanitária (PRH) tem como finalidade "prestar assistência, reforçar a prestação de serviços essenciais, meios de subsistência e proteção, dando prioridade com base no nível de vulnerabilidade" e consiste em 145 projetos em execução por 125 associados, entre eles agências da ONU e organizações governamentais nacionais e internacionais.
No documento, divulgado pela ACNUR-Venezuela, explica-se que "2021 marcou o fim de um ciclo de recessão acelerada da economia venezuelana, após uma contração acumulada de 75% ao longo dos últimos oito anos".
"Em 2022, prevê-se que se produzirá um crescimento que levará tempo a traduzir-se em melhorias significativas no acesso aos serviços básicos, à restauração dos meios de subsistência e à redução dos riscos de proteção", acrescenta-se.
O PRH procura contribuir para que a Venezuela possa atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e define como áreas prioritárias a saúde da população, nutrição, a segurança alimentar e meios de subsistência, a mobilidade humana, os riscos de proteção, a prestação e acesso aos serviços e à educação.
O PRH dá continuidade a programas anteriores que a ONU desenvolve na Venezuela desde 2019 e tem os objetivos estratégicos de contribuir para o bem-estar das pessoas priorizadas por grupo etário, género e diversidade, através de uma resposta humanitária multissetorial e sob uma abordagem baseada nos direitos.
Por outro lado, em 28 de agosto a ONU atualizou em alta, para 6,81 milhões, o número de migrantes e refugiados venezuelanos que nos últimos anos abandonaram o país para escapar à crise política económica e social que afeta a Venezuela.
Os dados foram atualizados pela Plataforma de Coordenação Interagências para Refugiados e Migrantes da Venezuela (R4V), da ONU, que em julho de 2022 dava conta de que 6,15 milhões de venezuelanos estavam no estrangeiro.
Os dados divulgados centram-se na América Latina e Caraíbas, onde, segundo a R4V, estão agora radicados 5,75 milhões de venezuelanos. Colômbia continua a ser atualmente o país da região com maior número de migrantes e refugiados venezuelanos, 2,48 milhões, seguindo-se o Peru (1,22 milhões), o Equador (502,2 mil), o Chile (448,1 mil) e o Brasil, com 358,4 mil.
A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando o então presidente do parlamento, o opositor Juan Guaidó, jurou publicamente assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um Governo de transição e eleições livres e democráticas.
A Venezuela tinha, em finais de 2020, uma população de 28.515.829 pessoas.