"De acordo com os resultados preliminares, a UMPP venceu as eleições e obteve uma maioria qualificada de dois terços dos deputados - dos nove temos seis", afirmou o candidato da UMPP, Filipe Nascimento, por volta das 23 horas locais, antes mesmo da Comissão Eleitoral Nacional (CEN) são-tomense, que até ao momento não divulgou dados preliminares.
Filipe Nascimento agradeceu aos eleitores e "os elementos que compõem a equipa de gabinete de campanha" do partido, que "deram o máximo" numa campanha "bonita, pedagógica, ordeira", que permitiu à UMPP "ter esta grande vitória".
"Juntos com as deputadas e deputados, com a vossa força, vamos estar na assembleia regional a defender a autonomia, a defender as medidas que temos no manifesto eleitoral e a trabalhar para um desenvolvimento harmonioso, sustentável e para o bem-estar de toda a população da ilha do Príncipe", prometeu o líder da UMPP.
"A partir de hoje acabou a campanha, eu vou continuar a ser o presidente de toda a população do Príncipe", sublinhou o cabeça de lista da UMPP, que concorreu pela primeira vez na eleição regional.
Filipe Nascimento é um jovem quadro natural de Príncipe, de ascendência cabo-verdiana, formado em Direito em Portugal, que durante vários anos trabalhou na Câmara Municipal de Oeiras.
Nascimento regressou a São Tomé em 2019, tendo sido eleito presidente da UMPP e, por inerência de funções, assumido em 2020 a liderança do governo regional, sucedendo no cargo a José Cardoso Cassandra, que deixou o cargo a meio do quarto mandato.
O presidente da UMPP disse que vai "respeitar e aguardar serenamente para saber qual foi a opção da população" em relação ao governo de São Tomé, assegurando que a UMPP vai "trabalhar em cooperação leal com quem o povo ao nível nacional escolher para governar", a fim de encontrar soluções para resolver "os problemas estruturantes da ilha do Príncipe".
Sem avançar dados das legislativas no círculo regional, onde se elege cinco deputados para o parlamento nacional, Filipe Nascimento disse ter "uma noção" sobre vários indicadores, "e um deles diz claramente [que] a população da ilha do Príncipe é amiga de quem está do seu lado, de quem é seu amigo".
"Se há uma melhor forma de ao nível nacional fazer o bem para a população da ilha do Príncipe, é respeitar, trabalhar em estreita colaboração e respeitar a autonomia, respeitar a assembleia regional, o governo regional, porque é a população da ilha do Príncipe que escolhe a assembleia regional e o governo regional, por isso quem colabora com as autoridades regionais, está a colaborar com o povo", afirmou.
"Na ilha do Príncipe, a população disse claramente que é preciso colaborar com o Príncipe, o governo regional e a assembleia regional, para o bem da nossa população", acrescentou Filipe Nascimento.
Diante de algumas dezenas de apoiantes na cidade de Santo António, Filipe Nascimento disse "olhar para o futuro", garantindo que vai "liderar um projecto com a UMPP para uma nova fase de processo do desenvolvimento da ilha do Príncipe".
"A primeira prioridade que queremos trabalhar com quem ficar no governo nacional é baixar o custo de vida da população do Príncipe e diminuir as desigualdades entre as duas ilhas. A segunda grande prioridade que queremos trabalhar determinadamente com as autoridades nacionais é melhorar o abastecimento dos produtos, sobretudo, da comida que alimenta aqui a população do Príncipe, do combustível e do material de construção", indicou o presidente da UMPP.
"A outra grande prioridade que queremos levar avante neste novo mandato será a saúde - melhorar o sistema de saúde do Príncipe para o bem-estar de toda a população", sublinhou Filipe Nascimento.
Além da UMPP, concorreu na eleição regional o Movimento Verde para o Desenvolvimento do Príncipe (MVDP), de Nestor Umbelina, apoiado pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP/PSD) do primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus.
Cerca de 5.964 eleitores da ilha do Príncipe estavam inscritos para a escolha dos novos deputados à Assembleia Regional no mesmo dia em que 123.301 eleitores foram chamados às eleições legislativas.