"Desligaram-lhe o telemóvel quando ela foi entregar a mala e ver qual era a porta de embarque e, depois de várias horas, informou-nos num telefonema rápido que ia ser detida", afirmou em declarações recolhidas pelo portal de notícias Iran Wire.
Jalili informou mais tarde que as autoridades transferiram a jornalista, também activista dos direitos humanos, que está agora em paradeiro incerto.
Mais de 60 jornalistas foram detidos no contexto dos protestos que se verificam em várias cidades do Irão desde Setembro de 2022, após a morte da jovem Mahsa Amini sob custódia policial, que tinha sido detida por alegadamente violar o rígido código de vestuário imposto às mulheres no Irão.
Os protestos dos últimos meses, fortemente reprimidos pelas autoridades, evoluíram e os manifestantes reivindicam agora o fim do regime teocrático designado como "República Islâmica", fundado em 1979 pelo 'ayatollah' Ruhollah Khomeini, autoridade religiosa xiita iraniana e líder espiritual e político da revolução que nesse ano depôs o xá do Irão, Mohammad Reza Pahlavi.
De acordo com dados da organização não-governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Irão tornou-se o terceiro país do mundo com o maior número de jornalistas detidos, atrás da China e de Myanmar (antiga Birmânia).
Mais de 500 pessoas morreram na repressão dos protestos pelas forças de segurança iranianas e estima-se que 18.000 tenham sido detidas, de acordo com as denúncias de ativistas e de ONG.
Pelo menos 100 iranianos, detidos nas manifestações, enfrentam acusações passíveis de punição com pena de morte, alertou, recentemente, a ONG Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, e pelo menos quatro pessoas já foram executadas por alegado envolvimento nas manifestações e 17 foram condenadas à morte.