O Governo de Luiz Inácio Lula da Silva tem um “projecto de mais dois milhões de casas” que quer construir, afirmou o Presidente brasileiro no encerramento da 84.ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos, num hotel em Brasília.
“Determinei o levantamento de todas as terras públicas que tem o Governo Federal”, mas também “um levantamento de todo o património nas cidades, prédios, casas, lojas, tudo o que tiver abandonado”, frisou.
Esta medida, disse, serve para “transformar em moradias decentes para as pessoas mais humildes deste país”.
“É a forma de acabar definitivamente com o défice habitacional”, disse, acrescentando que, neste momento, o país tem um défice de “seis milhões de residências”.
Na semana passada, o Brasil lançou uma plataforma digital que será utilizada para identificar e retomar os milhares de obras que estão paralisadas em todo o país, num contexto de abrandamento económico. Segundo as autoridades existem 14 mil obras paradas.
A plataforma, baptizada “Mãos à obra”, criará uma base de dados na qual as autoridades locais e regionais poderão notificar os projectos de infra-estruturas que se encontram parados ou inacabados nos seus territórios e que consideram ser uma prioridade. Posteriormente, o Governo Federal irá estudá-los caso a caso, dando preferência aos projectos destinados a melhorar as instalações em áreas como a saúde, educação, habitação social, desporto e cultura.
Lula da Silva afirmou hoje que “o Brasil não pode esperar”, prometendo ainda “deixar o ódio na lata do lixo”, numa referência ao seu antecessor Jair Bolsonaro.
“Não quero saber de que partido vocês são, não quero saber por que time [equipa] vocês torcem, não quero saber a religião”, afirmou.
“Eu vos tratarei a todos como fossem do meu partido, como se fossem do meu partido e como se fossem do time que eu torço”, garantiu, prometendo ainda aos presidentes de câmara que os bancos públicos vão voltar a investir nas cidades, através de empréstimos, para “fazer obra”.