O documento, enviado pelo Departamento de Justiça aos advogados de Trump, antecede geralmente acusações criminais, referiram vários órgãos de comunicação social na quarta-feira à noite.
Um grande júri federal, que investiga Trump no estado da Florida, ouviu na quarta-feira pelo menos mais uma testemunha: Taylor Budowich, que serviu como porta-voz de Trump, depois de o empresário ter abandonado a presidência do país.
"No que só pode ser descrito como um esforço falso e profundamente perturbador de usar o poder do governo para 'apanhar' Trump, cumpri uma obrigação legal de testemunhar perante um grande júri federal e respondi honestamente a todas as perguntas", disse Budowich, na rede social Twitter.
"Acho que o sinal é cada vez maior de que as acusações contra o ex-Presidente serão na Florida", disse, à agência de notícias Associated Press, o antigo procurador do Departamento de Justiça Brandon Van Grack, que integrou uma equipa de investigação aos laços entre a Rússia e a campanha de presidencial Trump em 2016.
Ao sair da Casa Branca, depois de derrotado por Joe Biden, nas eleições presidenciais de 2020, para se instalar na sua residência Mar-a-Lago, na Florida, Trump levou consigo caixas cheias de documentos.
Contudo, uma lei de 1978 obriga todos os Presidentes norte-americanos a entregar a totalidade das mensagens de correio electrónico, cartas e outros documentos de trabalho aos Arquivos dos EUA.
Uma outra lei sobre espionagem interdita, de forma geral, a posse de comentos classificados como confidenciais em locais não autorizados, nem seguros.
Em Janeiro do ano passado, Trump entregou 15 caixas. Depois de ver o conteúdo, o FBI estimou que o republicano tinha provavelmente ficado com outras tantas.
Em 08 de Agosto, agentes do FBI realizaram uma busca, com base num mandado que mencionava "retenção de documentos classificados" e "entrave a inquérito federal" e apreenderam cerca de 30 caixas.
Trump, que pretende ser escolhido pelos republicanos para as eleições presidenciais de 2024, declarou "estar a ser perseguido" por uma justiça nas mãos dos democratas.
Em Novembro e para contrariar estas acusações, o secretário da Justiça norte-americano, Merrick Garland, nomeou um procurador especial, Jack Smith, para dirigir esta e uma outra investigação sobre o papel de Trump no assalto ao Capitólio.
Em paralelo, um outro procurador especial está a investigar os documentos classificados como confidenciais, encontrados, no início do ano, num antigo gabinete e em casa de Biden pelos advogados do atual Presidente dos EUA. Os advogados entregaram os documentos à justiça.
Por outro lado, Trump foi acusado, em Abril, pelo estado de Nova Iorque, de falsificação de documentos contabilísticos ligados ao pagamento, antes da eleição de 2016, de 150 mil dólares a uma estrela de filmes pornográficos, em troca do silêncio sobre uma alegada relação sexual.