"A base das relações sino-americanas reside nas relações entre as pessoas. Sempre depositámos as nossas esperanças no povo americano e esperamos que a amizade entre os dois povos continue", disse Xi Jinping, citado pela agência de notícias oficial Xinhua.
"Você é o primeiro amigo americano que conheci este ano", notou ainda o líder chinês, de acordo com o jornal Diário do Povo, que escreveu que Bill Gates está a ser recebido na qualidade de co-presidente da Fundação Bill e Melinda Gates.
Encontros destes têm sido muito raros. Nos últimos anos, apenas alguns empresários norte-americanos foram recebidos individualmente por Xi, incluindo Tim Cook, da Apple, e Jeff Bezos, da Amazon.
O encontro realiza-se dois dias antes da tão esperada visita à China do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, num contexto de fortes tensões diplomáticas entre Pequim e Washington.
O co-fundador da Microsoft foi recebido em Pequim por Xi durante uma visita destinada a apoiar os esforços da China no domínio da investigação médica.
A Fundação Bill e Melinda Gates anunciou, na quinta-feira, a doação de 50 milhões de dólares (45,7 milhões de euros) para apoiar os esforços chineses na luta contra a malária e a tuberculose.
Este montante destina-se a apoiar "os esforços para melhorar os resultados no domínio da saúde em todo o mundo, através de terapias vitais para doenças infecciosas como a tuberculose e a malária", afirmou a fundação.
Estas doenças "afectam de forma desproporcionada os países mais pobres do mundo", insistiu.
Com esta viagem, a primeira à China desde 2019, o co-fundador da Microsoft segue os passos de vários outros nomes importantes da economia norte-americana, incluindo o dono do Tesla, Twitter e SpaceX, Elon Musk, que esteve no país em Maio.
A China só reabriu as portas há seis meses, ao fim de cerca de três anos quase fechada ao mundo devido às medidas sanitárias anti-covid-19.
A fundação vai também renovar a cooperação com o Global Health Drug Discovery Institute (GHDDI), fundado em 2016, em Pequim, pela fundação de Gates, a Universidade chinesa Tsinghua e as autoridades municipais da capital. "A China registou progressos consideráveis na redução da pobreza e na melhoria da saúde no país", afirmou Gates, num discurso, na quinta-feira, no GHDDI.
"Espero que a China possa desempenhar um papel ainda maior na abordagem dos desafios actuais, particularmente aqueles que os países africanos enfrentam", acrescentou.
Bill Gates visitou a China pela última vez em 2019, quando se encontrou com a primeira-dama, Peng Liyuan, para discutir o trabalho da fundação na prevenção da SIDA.