A França foi o primeiro país a suspender a emissão destes vistos no início da semana, depois de ter colocado todo o Mali, incluindo Bamako, numa zona vermelha, "formalmente desaconselhável" para os viajantes, adiantaram as mesmas fontes.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Mali declarou ter tomado conhecimento desta classificação "com surpresa", no final do dia de quarta-feira, através das redes sociais.
Decidiu fazer o mesmo com os serviços malianos competentes em Paris, "em aplicação da reciprocidade".
"No actual contexto de fortes tensões regionais, todas as viagens para o Mali são formalmente desaconselhadas. Os cidadãos franceses no Mali são instados a exercer a máxima vigilância", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês no seu site, numa actualização das suas recomendações por país, datada de segunda-feira passada.
"Esta mudança levou a uma reorganização dos serviços da embaixada de França em Bamako, que deixará de poder emitir vistos até nova ordem", indica a Capago, um prestador de serviços que processa os pedidos de visto antes de serem examinados pelas autoridades francesas.
As relações entre a França, antiga potência colonial empenhada militarmente ao lado do exército maliano contra os terroristas desde 2013, e o Mali deterioraram-se fortemente desde que os coronéis tomaram o poder pela força em Bamako, em Agosto de 2020.
A junta expulsou as forças francesas em 2022 e virou-se política e militarmente para a Rússia, além de expulsar o embaixador francês.
Desde então, a França viu outros governos aliados no Sahel serem derrubados pelos militares, no Burkina Faso, em 2022, e no Níger, no final de Julho. O conjunto destes três países vizinhos, todos eles confrontados com a expansão terrorista e formando uma vasta área geográfica, está agora numa zona vermelha para a diplomacia francesa.
A França também suspendeu a emissão de vistos pelos seus serviços no Burkina, segundo o site Capago.