Cimeira sobre clima em África tem de resultar em passos concretos - OIM

PorExpresso das Ilhas, Lusa,2 set 2023 8:23

A Organização Internacional das Migrações (OIM) pediu que da Cimeira Africana do Clima, que decorrer de segunda a quarta-feira em Nairobi, resultem acções concretas sobre as alterações climáticas e os seus efeitos, numa “era de migração climática”.

"Entrámos oficialmente numa era de migração climática", disse a diretora-geral eleita da OIM, Amy Pope, acrescentando que "as soluções para lidar com o nexo das alterações climáticas e da mobilidade humana à escala continental são urgentes".

A capital do Quénia acolhe o maior encontro de chefes de Estado africanos, ministros, agências das Nações Unidas e parceiros do desenvolvimento, para além do setor privado e de organizações representativas da juventude, sublinha a OIM, vincando que o continente está a pagar uma fatura demasiado cara pelas alterações climáticas.

"Os países africanos estão entre os mais vulneráveis às alterações climáticas, sofrendo os duros impactos da crise climática, incluindo secas, inundações, temperaturas extremas e aumento dos níveis do mar", aponta a OIM.

Só no ano passado, mais de 7,5 milhões de africanos tiveram de fugir de suas casas devido a desastres internos, destacou a organização.

Sem uma ação climática eficiente e sustentada, até 105 milhões de pessoas podem ser migrantes internos até final do ano, só em África, diz a OIM.

Esta primeira Cimeira, promovida pelo Presidente do Quénia, William Ruto, e coorganizada com a Comissão da União Africana, pretende lidar com o aumento da exposição às alterações climáticas e aos seus custos associados, quer a nível global, quer, particularmente, em África.

"Com a expectativa de crises climáticas maiores em termos de frequência e intensidade, é preciso uma ação urgente para mitigar estes desafios", disse o chefe de Estado queniano num vídeo de apresentação da cimeira, no qual considerou que as alterações climáticas "não são uma questão do norte ou do sul, mas sim um desafio coletivo que afeta a todos".

Em Nairobi, é esperada a assinatura da Declaração Continental Ministerial de Kampala sobre o Ambiente Migratório e as Alterações Climáticas (KDMECC-AFRICA, na sigla em inglês), que será um quadro de ação prático, eficaz e abrangente, e liderado pelos governos para lidar com as necessidades, lacunas e oportunidades da mobilidade humana causadas pelas alterações climáticas, segundo a OIM.

"Espero ver o apoio de todos os ministros à Declaração", disse a líder da OIM.

A Cimeira Africana do Clima será um marco fundamental no caminho para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas ou Conferência das Partes da UNFCCC, (COP28), que se realiza nos Emirados Árabes Unidos, em dezembro, para unir o continente africano sobre os impactos das alterações climáticas na mobilidade humana.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,2 set 2023 8:23

Editado pormaria Fortes  em  2 set 2023 18:32

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