Segundo a agência noticiosa iraniana Mehr, o porta-voz da justiça iraniana, Masud Satayshi, indicou que estão em curso "procedimentos preliminares" contra o cidadão sueco, já detido numa prisão, e contra outros "colaboradores".
"O poder judicial já disse muitas vezes que não vai comprometer ninguém no que diz respeito à segurança dos cidadãos e que vai tratar todos aqueles que cometem crimes de uma forma dissuasiva e instrutiva", disse Satayshi.
No passado dia 04 de Setembro, o Governo sueco confirmou que um dos seus cidadãos estava preso no Irão há mais de 500 dias, acusando o regime de Teerão de procurar uma troca de prisioneiros para obter a libertação de um iraniano condenado a prisão perpétua no país nórdico por crimes cometidos durante a guerra contra o Iraque.
O cidadão sueco em questão foi identificado como Johan Floderus, 33 anos, que viajou para o Irão como turista na primavera de 2022 para visitar um amigo na embaixada sueca e foi detido quando tentava sair do país. Fontes citadas pela estação de televisão sueca STV disseram que é acusado de espionagem.
Posteriormente, o Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, confirmou que o detido "trabalha para a União Europeia" e prometeu envolver-se pessoalmente na sua libertação.
"Não descansaremos enquanto Floderus não for libertado", afirmou o chefe da diplomacia do bloco europeu.
As relações entre o Irão e a Suécia ficaram tensas em Julho de 2022, quando um tribunal sueco condenou um antigo funcionário iraniano a prisão perpétua pelo seu envolvimento na execução em massa e tortura de opositores em 1988 numa prisão da cidade de Karaj, situada nos arredores de Teerão.
O condenado, Hamid Nuri, foi detido no país europeu em Novembro de 2019. Posteriormente, foi aberta uma investigação, em 2021, sobre o papel desempenhado pelo iraniano na morte de milhares de pessoas na prisão.
O processo foi duramente criticado pelo Irão, que terá agora considerado uma troca de prisioneiros envolvendo os dois detidos.