"Desde 14 de Novembro, mais de 200 mil pessoas" nos Estados de Shan, Chin, Kayah e Mon e na região de Sagaing foram "deslocadas à força em consequência dos combates", declarou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU.
Entretanto, pelo menos 75 civis birmaneses morreram na sequência de ataques da Junta Militar no município de Tiqyaing, região central do país, numa altura em que se agravam os confrontos entre as tropas e grupos armados em todo o território, de acordo com a ONU.
"Os relatórios iniciais provenientes do terreno indicam que 75 civis, incluindo crianças, perderam a vida e 94 pessoas ficaram feridas", afirmou o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU num comunicado.
O Exército para a Independência de Kachin (KIA), o Exército de Arakan (AA), a Frente Democrática de Estudantes Birmaneses (ABSDF) e as Forças Popular de Defesa (FPD) lançaram uma operação armada para tomar a cidade de Tigyaing.
Um porta-voz das FPD disseram que as Forças Armadas que apoiam os militares que tomaram o poder após um golpe de Estado atacaram a zona "mais de trinta vezes" na última semana tendo "atingido objetivos civis".
Os residentes referem que os militares estão a incendiar casas e instalações civis mas, até ao momento desconhece-se a magnitude dos danos, refere o portal de notícias Irrawaddy.
A Junta Militar afirmou que as forças de "ambos os lados" controlam a cidade e que milhares de pessoas abandonaram a região que sofre igualmente de cortes prolongados de energia elétrica.
O grupo armado Exército de Arakan - ativo principalmente no Estado de Rajine - assinalou que nos últimos dias 28 militares apresentaram a rendição e "outros" foram capturados.
A situação militar na zona que faz fronteira com a República Popular da China levou a Junta Militar a alertar que se pode vir a verificar "uma divisão" do país.
Milhares de civis, por outro lado, refugiaram-se na Índia.