"A trágica morte de Igar Lednik na prisão demonstra a dimensão desumana da opressão de Lukashenko", declarou Peter Stano, porta-voz do alto representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, na rede social X.
O porta-voz europeu lembrou que existem mais de 1.400 presos políticos na Bielorrússia que são "maltratados ou privados de cuidados médicos".
"O regime é responsável pelas suas vidas e saúde e terá de ser responsabilizado", concluiu.
Na segunda-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE reafirmaram, nas suas conclusões, o seu "apoio inabalável" à luta do povo bielorrusso por um país livre, democrático, soberano e independente, como parte de uma Europa pacífica e próspera.
"Igar Lednik, antigo membro do Partido Social-democrata bielorrusso (Gramada), militante e jornalista, morreu na prisão aos 64 anos", anunciou, na terça-feira, a formação política numa mensagem na rede social Telegram, confirmada pela organização de defesa dos direitos humanos Viasna.
Depois de ser preso em dezembro de 2022, Lednik foi condenado a três anos de prisão por difamação de Aleksandr Lukashenko num artigo publicado num jornal do Gramada.
O estado de saúde do opositor "deteriorou-se consideravelmente" na prisão, acrescentou o partido, mantido por militantes bielorrussos exilados.
Lednik foi operado a um problema gastrointestinal e também sofria do coração, mas o partido não esclareceu qual a causa da sua morte.
A repressão política na Bielorrússia agravou-se depois das presidenciais de 2020, vencidas por Lukashenko apesar de denúncias de fraude eleitoral.
O Presidente da Bielorrússia está no poder desde 1994 e é um aliado fiel do líder russo, Vladimir Putin.
O resultado de 2020 suscitou uma onda inédita de manifestações de grande dimensão que foram reprimidas à força e levaram a condenações de militantes políticos, jornalistas e ativistas pelos direitos humanos.
Segundo a Viasna, há 1.400 pessoas presas na Bielorrússia por motivos políticos.
Igar Lednik é o quinto preso político a morrer no país desde 2021, acrescentou a organização.