"O diagnóstico precoce da mpox permite um tratamento e cuidados rápidos, bem como o controlo do vírus", sublinha a OMS, embora a doença já tenha causado quase 900 mortes em África desde o início do ano.
O teste aprovado pela OMS - o Alinity mMPXV fabricado pelos laboratórios Abbott Molecular - é um teste PCR em tempo real que pode detectar o ADN do vírus, tanto do clado (variante) 1 como do clado 2, a partir de esfregaços de lesões cutâneas humana.
Ao detectar ADN em amostras de erupções pustulosas ou vesiculares, os laboratórios e os profissionais de saúde podem confirmar casos suspeitos de mpox de forma eficaz e eficiente.
"Este primeiro teste de diagnóstico mpox listado no procedimento de utilização de emergência representa um passo importante na expansão da disponibilidade de testes nos países afectados", disse Yukiko Nakatani, vice-directora geral da OMS para o acesso a medicamentos e produtos de saúde.
"Melhorar o acesso a produtos médicos de qualidade está no centro dos nossos esforços para ajudar os países a conter a propagação do vírus e a proteger as suas populações, especialmente em regiões desfavorecidas", acrescentou.
Ao incluí-lo na sua lista de utilização de emergência, a OMS permite que outras agências da ONU o distribuam e garante às autoridades de saúde dos países afectados a sua eficácia e, por conseguinte, ajuda a acelerar a sua disseminação.
"Em África, as capacidades de testagem são limitadas e persistem atrasos na confirmação de casos de mpox, contribuindo para a propagação contínua do vírus", explica a Organização Mundial de Saúde.
Em 2024, foram notificados mais de 30.000 casos suspeitos em África, sendo os números mais elevados na República Democrática do Congo, no Burundi e na Nigéria.
Na República Democrática do Congo, apenas 37% dos casos suspeitos foram testados este ano.
O mpox, anteriormente conhecido como varíola dos macacos, é uma doença viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas também é transmitida entre seres humanos, causando febre, dores musculares e lesões cutâneas.
Em 13 de Agosto, o África CDC declarou o mpox uma "emergência de saúde pública de segurança continental" e, um dia depois, a OMS declarou o estado de alerta sanitário internacional.
O alerta sanitário da OMS refere-se à rápida propagação e à elevada mortalidade em África da nova variante (clade 1b), cujo primeiro caso foi identificado fora do continente, na Suécia, numa pessoa que viajou para a região africana onde o vírus circula intensamente.
Esta variante é diferente da clade 2, que causou um violento surto em África em 2022, bem como centenas de casos na Europa, América do Norte e países de outras regiões, e levou à declaração de emergência sanitária internacional da OMS entre 2022 e 2023.