O anúncio foi feito quando o chefe de Estado discursava na cerimónia de comemoração dos 60 anos das Forças Armadas, dos 51 anos da independência da Guiné-Bissau e do centenário de nascimento de Amilcar Cabral.
Sissoco Embaló começou por fazer uma curta declaração em português para, logo a seguir, se dirigir ao povo guineense em crioulo e abordar a situação política.
O Presidente da Guiné-Bissau informou que “na próxima semana” vai convocar todas as estruturas, nomeadamente a Comissão Nacional de Eleições (CNE), e os partidos “para marcar nova data para as eleições”.
A oposição tem reivindicado a remarcação do acto eleitoral e chegou a anunciar manifestações para a data das comemorações do Dia das Forças Armadas, entretanto canceladas.
O Presidente disse hoje, no discurso durante a cerimónia, que quer “estabilidade política” e que é preciso “renunciar a toda a violência”.
Sissoco Embaló lembrou que os sucessivos golpes militares no país desacreditaram as Forças Armadas, que disse estar “a reconstruir”.
Desde que foi eleito, este fez coincidir as comemorações da independência da Guiné-Bissau do colonialismo português, declarada unilateralmente a 24 de Setembro de 1973, com o Dia das Forças Armadas, a 16 de Novembro.
À polémica que persiste em torno da decisão, o Presidente guineense reiterou que o dia da independência “ninguém pode mudar”, mas as festividades sim, já que a época das chuvas retiraria, em Setembro, a adesão à cerimónia, nomeadamente de representantes de outros países.
Entre os convidados para a cerimónia de hoje estiveram o Presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, que em poucos meses visita a Guiné-Bissau pela segunda vez.