O Malaui ordenou ao seu exército que se prepare para sair do leste da República Democrática do Congo (RDCongo), onde o grupo armado M23, apoiado pelo Ruanda, lançou uma nova ofensiva, anunciou a presidência.
As tropas malauianas fazem parte da missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), destacada em 2023, para ajudar o Governo de Kinshasa a reprimir a agitação na região rica em minerais.
"O Presidente (Lazarus) Chakwera ordenou ao comandante das Forças de Defesa do Malaui que iniciasse os preparativos para a retirada (...) para cumprir a declaração de cessar-fogo", declarou a presidência na quarta-feira à noite.
A decisão do Malaui, pais vizinho de Moçambique, tem igualmente como objetivo permitir "as negociações previstas com vista a uma paz duradoura", acrescentou, sem referir a data de início da retirada das tropas.
Além do Malaui, a Tanzania e a África do Sul, com o principal contingente, estimada em cerca de 1.300 soldados, fazem parte da força da SADC.
Na terça-feira, o Movimento 23 de Março (M23) declarou um cessar-fogo humanitário unilateral, poucos dias depois de ter tomado a cidade estratégica de Goma, no Kivu do Norte.
Todavia, na madrugada de quarta-feira, eclodiram confrontos entre o M23, apoiiado pore forças ruandeses, e as forças armadas democrático-congolesas, segundo fontes de segurança e humanitárias citadas pela agência France-Presse (AFP).
Os combatentes do M23 e as forças ruandesas tomaram a cidade mineira de Nyabibwe, a cerca de 100 quilómetros de Bukavu, a capital de Kivu do Sul.
Os líderes da SADC (16 países) e da Comunidade da África Oriental (oito países) vão reunir-se no sábado para tentar trazer a paz à RDCongo, país que faz fronteira com Angola.
Espera-se que o Presidente da RDCongo, Félix Tshisekedi, e o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, participem na cimeira na Tanzânia, depois de terem estado ausentes de anteriores conversações.
O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas deverá também realizar uma sessão urgente sobre a violência na RDCongo na sexta-feira.
A escalada de violência causou a morte de pelo menos 900 pessoas nos confrontos em Goma e 2.880 feridos, de acordo com a ONU.