Número de refugiados congoleses sem precedentes no Burundi

PorExpresso das Ilhas, Lusa,20 fev 2025 14:31

Cerca de 30.000 congoleses encontraram refúgio no Burundi, depois de fugirem do leste da República Democrática do Congo (RDCongo), algo inédito em 25 anos, segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

A ACNUR manifestou, ainda, grande preocupação com os novos avanços do grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) e dos seus aliados ruandeses.

Depois de terem tomado Goma, a capital do Kivu do Norte, numa ofensiva relâmpago no final de Janeiro, estes combatentes tomaram o controlo de Bukavu, a capital do Kivu do Sul, a apenas cinquenta quilómetros do Burundi, no domingo.

Os combates continuam a alastrar-se no Kivu do Sul, na fronteira entre o Ruanda e o Burundi, sobretudo a sudeste, aproximando-se da capital económica do Burundi, Bujumbura, e obrigando um grande número de civis a atravessar a fronteira.

"Esta é a maior vaga de refugiados que o Burundi já viu desde o início dos anos 2000", afirmou Brigitte Mukanga-Eno, representante do ACNUR naquele país, numa conferência de imprensa em Bujumbura, na tarde de quarta-feira, na presença de funcionários e diplomatas.

Segundo a responsável, o número de refugiados é de 30.000. Na segunda-feira, as autoridades do Burundi tinham indicado um número de 10.000.

"Estes números são apenas temporários, porque infelizmente continuam a chegar milhares de pessoas todos os dias", acrescentou, apontando para as províncias fronteiriças de Bubanza e Cibitoke.

De acordo com o ACNUR, antes desta vaga de refugiados, o Burundi já tinha no seu território cerca de 90.000 refugiados, principalmente congoleses, que chegaram ao país durante as duas guerras do Congo (1996-1997 e 1998-2003).

A fronteira entre Bujumbura e Uvira, do lado congolês, é também um corredor económico e humano crucial nesta região dos Grandes Lagos sem litoral.

Desde Outubro de 2023, o Burundi enviou mais de 10.000 soldados para ajudar o exército congolês a enfrentar o M23 e outros grupos armados.

Na quarta-feira à noite, o enviado especial do Secretário-Geral da ONU para a região dos Grandes Lagos, Huang Xia, disse ao Conselho de Segurança da ONU que o M23 e os seus aliados continuavam a avançar para "outras áreas estratégicas" no Kivu do Norte e no Kivu do Sul.

O chefe da missão de manutenção da paz da ONU na RDCongo(Monusco), Bintou Keita, também se mostrou preocupado com o avanço do M23, que se encontra atualmente "na junção das três fronteiras entre a RDCongo, o Ruanda e o Burundi", disse.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,20 fev 2025 14:31

Editado porAndre Amaral  em  21 fev 2025 17:20

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