As Nações Unidas e mais de 100 parceiros lançaram um Plano de Resposta Conjunta 2025-26 para lidar com a grave crise dos refugiados rohingyas e estão a solicitar "934,5 milhões de dólares (862 milhões de euros) no seu primeiro ano para chegar a aproximadamente 1,48 milhões de pessoas, incluindo refugiados rohingyas e as comunidades de acolhimento", segundo uma declaração conjunta do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Cerca de um milhão de membros desta minoria, maioritariamente muçulmana e perseguida em Myanmar (ex-Birmânia), vivem em campos de refugiados no Bangladesh em condições insalubres e dependem inteiramente de ajuda humanitária para a sua sobrevivência.
A maioria dos refugiados rohingyas chegou ao Bangladesh depois de fugir da repressão militar de 2017 em Myanmar.
"A crise humanitária dos rohingyas, que vai já no seu oitavo ano, continua a ser amplamente ignorada em todo o mundo, mas as necessidades continuam a ser urgentes", referiu a declaração.
A ONU alerta que a falta de fundos vai reduzir ainda mais as rações alimentares e tornar o acesso a produtos básicos ainda mais difícil, com "consequências desastrosas para esta população altamente vulnerável".
Esta situação limite poderia "obrigar muitas pessoas a recorrer a medidas desesperadas, como viagens de barco perigosas" para chegarem a outros destinos.
A ONU observou ainda que mais de metade da população de refugiados nos campos é composta por mulheres e raparigas, "que correm maior risco de violência e exploração de género".
Além disso, um terço dos refugiados tem entre 10 e 24 anos e "sem acesso a educação formal, formação profissional adequada e oportunidades de ganhar independência, são privados de perspetivas futuras".