Os advogados do escritório Riverway Law disseram à agência noticiosa espanhola que apresentaram quarta-feira o pedido ao Ministério do Interior britânico.
O antigo governo conservador do Reino Unido incluiu o movimento islâmico palestiniano na lista em novembro de 2021.
O pedido foi feito em nome de Moussa Abou Marzouk, chefe das relações internacionais e do gabinete jurídico e político do Hamas, segundo a Riverway Law.
A petição de 106 páginas contesta a base jurídica da designação do Hamas como grupo terrorista no Reino Unido e é apoiada pelos argumentos de 20 peritos nos domínios jurídico, académico, jornalístico, político e cultural, incluindo John Dugard, antigo juiz 'ad hoc' do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ).
O diretor do gabinete de advogados Riverway, Fahad Ansari, afirmou que o Hamas lhes pediu que apresentassem o pedido ao Ministério do Interior, acrescentando que o Estado de Israel, sustentou, "está num processo de colapso e o sionismo numa crise terminal".
"Isto levanta questões profundas sobre o que o irá substituir", sublinhou Ansari.
Os advogados estão a pedir à ministra do Interior britânica, Yvette Cooper, que dê "um passo importante e corajoso, embora difícil, em direção à paz", retirando o Hamas da lista de grupos proscritos, disse Ansari.
Trata-se de um pedido feito não por razões ideológicas, "mas por uma questão de direito", uma vez que a proibição "criminalizou o diálogo, distorceu o debate e sufocou a dissidência".
"Estamos a utilizar a lei para corrigir um erro político", sublinhou.
Desde a Declaração de Balfour (o documento emitido pelo Reino Unido em 1917 para apoiar a criação de um "lar nacional" para o povo judeu na Palestina) até à atual crise em Gaza, Londres "tem estado do lado errado da história palestiniana", afirmou.
"Esta é uma oportunidade para começar a corrigir esse rumo", acrescentou, embora o Ministério do Interior do Reino Unido ainda não tenha comentado o pedido.
Os advogados acreditam que o governo britânico deve considerar a medida, "mesmo que seja politicamente inconveniente".
"Uma decisão justa agora poderá abrir a porta à paz no futuro", argumentou Ansari.