Cortes de Musk chegam a projectos da Millennium Challenge Corporation

PorExpresso das Ilhas, Lusa,24 abr 2025 7:57

A agência governamental norte-americana Millennium Challenge Corporation (MCA), que apoia projectos de desenvolvimento sobretudo em países africanos, incluindo lusófonos, sofrerá "reduções significativas" no número de funcionários e programas, projectadas pelo departamento de Elon Musk, segundo vários media.

Um memorando interno citado pela AFP refere que o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), liderado pelo bilionário Elon Musk, irá impor "reduções significativas" no número de funcionários e programas desta agência.

O site noticioso norte-americano Politico adianta que a agência deverá dispensar os seus 320 funcionários e terminar as doações a cerca de 40 países em desenvolvimento onde tem projectos.

Num e-mail enviado a todos os funcionários na terça-feira e citado pelo Politico, o CEO em exercício da MCC afirma ter tido conhecimento pela equipa do DOGE que em breve haverá uma redução significativa no número de programas da agência e, consequentemente, na equipa.

Estabelecida pelo Congresso em 2004 durante a administração de George W. Bush, a MCC é independente do Departamento de Estado, tem actualmente assinados ou em implementação mais de 5,4 mil milhões de dólares (4,8 mil milhões de euros) em subsídios em 20 países de baixo rendimento.

Numa reunião de toda a equipa realizada na manhã de hoje, a liderança da MCC disse aos funcionários que o DOGE redigirá uma resolução na próxima semana para o conselho da agência --- composto pelo secretário de Estado Marco Rubio, o secretário do Tesouro Scott Bessent, o representante comercial dos EUA Jamieson Greer, o CEO interino e quatro membros do sector privado - para encerrar as concessões em todo o mundo nos próximos meses, disse ao Politico um participante sob anonimato.

A expectativa é que, dentro de 90 dias, todas as operações do MCC estejam encerradas, adiantou a mesma fonte.

Uma reorganização anunciada na terça-feira pelo Departamento de Estado inclui a abolição da divisão para "segurança dos civis, da democracia e dos direitos humanos", que será substituída por outra, responsável pela "coordenação da ajuda externa e dos assuntos humanitários".

Esta deverá absorver o que resta da USAID, a agência de desenvolvimento que durante anos geriu um orçamento que representava quase metade da ajuda humanitária mundial, agora drasticamente cortado pela Administração Trump.

O MCC tem estado envolvido em países lusófonos como Cabo Verde, seleccionado em 2023 pelo conselho de administração da agência como elegível para desenvolver um programa para fins de integração económica regional.

MCC e o Governo de Cabo Verde assinaram em 2024 um acordo de concessão de financiamento compacto, que antecede uma terceira subvenção para apoiar e facilitar o desenvolvimento e início da implementação do programa.

Segundo dados do Ministério das Finanças beneficiou do seu primeiro compacto da MCC em Julho de 2005, quando o Governo e a agência americana assinaram um acordo de cinco anos, no valor de 110 milhões de dólares, para ajudar a aumentar o crescimento económico do país e reduzir a pobreza através de investimentos em infra-estruturas, gestão de bacias hidrográficas e apoio à agricultura, e desenvolvimento do setor privado.

O segundo pacote foi aprovado em 2012 e o arquipélago beneficiou de 66,2 milhões de dólares para reduzir a pobreza através do crescimento económico.

Recentemente foi anunciado um terceiro apoio cujo valor ainda não foi anunciado.

Em 2022, Timor-Leste e MCC assinaram um acordo de cooperação, com o montante global de 484 milhões de dólares para a melhoria da educação e o saneamento e abastecimento de água.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,24 abr 2025 7:57

Editado porAndre Amaral  em  25 abr 2025 6:22

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