"O 12.º Congresso do PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão] decidiu dissolver a estrutura organizativa do PKK e pôr fim ao método da luta armada, cujo processo de implementação será conduzido e realizado pelo líder APO (Öcalan), pondo assim fim às actividades desenvolvidas sob o nome do PKK", declarou a guerrilha num comunicado divulgado pelos meios de comunicação turcos.
Öcalan, que cumpre uma pena de prisão perpétua há 25 anos, apelou em 27 de Fevereiro último ao PKK, considerado uma organização terrorista pela Turquia, pelos Estados Unidos e pela União Europeia, para depor as armas e colocar um ponto final a quatro décadas de luta armada, que deixou cerca de 45 mil mortos.
O PKK realizou um congresso entre 05 e 07 de Maio para debater o pedido de Öcalan.
"O 12º Congresso Extraordinário do PKK considerou que a luta do PKK quebrou a política de negação e aniquilação imposta ao nosso povo, levou a questão curda ao ponto de ser resolvida através de políticas democráticas e cumpriu assim a sua missão histórica", justificou hoje a organização ilegalizada a sua decisão de depor as armas.
No dia 08, o Presidente islamista da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou numa reunião do seu partido, o AKP, que a organização curda iria anunciar em breve a decisão de depor as armas.
Inicialmente, o PKK, que opera principalmente a partir das suas bases no norte do Iraque, tinha exigido que Öcalan fosse libertado e ele próprio liderasse um eventual processo de paz com o Estado turco.
Já em 2013, Öcalan tinha anunciado o fim das aspirações independentistas do PKK, a intenção de integrar os curdos numa Turquia democrática e o abandono das armas, mas o processo foi abortado em 2015 e os combates e atentados intensificaram-se.