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O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na madrugada de domingo que bombadeiros norte-americanos tinham atacado instalações nucleares iranianas, entre elas as instalações de Fordow, uma fortaleza subterrânea numa região montanhosa.
O anuncio, inicialmente confirmado na rede social Truh Social, foi seguido por uma declaração ao país em que Donald trump classificou a operação como um "sucesso militar espetacular".
EUA entram na guerra contra o Irão e bombardeiam três alvos do programa nuclear
"Completámos o nosso ataque muito bem-sucedido nos três alvos nucleares no Irão, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan. Todos os aviões estão agora fora do espaço aéreo iraniano. Uma carga inteira de bombas foi largada sobre o alvo principal, Fordow. Todos os aviões estão agora em segurança e a caminho de casa. Parabéns aos grandes guerreiros americanos. Não há outra força militar no mundo que pudesse fazer isto. Agora é o tempo para a paz!", escreveu Trump na sua conta na rede social Truth Social.
Segundo o jornal Público, mais tarde, numa declaração ao país, em que esteve ladeado pelo seu vice-presidente, J.D. Vance, pelo chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, e por Pete Hegseth, secretário da Defesa, o presidente americano garantiu que os alvos iranianos foram "totalmente obliterados".
"O nosso objectivo era a destruição da capacidade iraniana de enriquecimento nuclear e travar a ameaça nuclear representada pelo maior apoiante estatal de terrorismo do mundo.Irão, o bully do Médio Oriente, deve agora fazer a paz", acrescentou na mesma declaração.
A Reuters, que cita uma fonte militar anónima, explica que o ataque foi feito com recurso a bombardeiros B2, os únicos com capacidade de transporte de bombas capazes de destruír instalações subterrâneas como as de Fordow.
Citando fonte militar, a CNN adianta que os Estados Unidos utilizaram seis bombardeiros B-2 para lançar uma dúzia de bombas “bunker buster” nas instalações nucleares de Fordow, no Irão, disse um funcionário americano à CNN. Os submarinos da Marinha dispararam 30 mísseis de cruzeiro TLAM contra dois outros locais, Natanz e Isfahan, e um B2 lançou duas bombas “bunker buster” em Natanz.
Um funcionário iraniano, citado pela agência noticiosa Tasnim, confirmou que uma parte do sítio de Fordow foi atacada por “ataques aéreos inimigos”.
A autorização do ataque por Donald Trump já está a causar polémica nos EUA uma vez que a permissão para a operação foi dada pelo presidente sem que este tenha pedido autorização ao Congresso, algo a que está constitucionalmente obrigado.
"O Presidente Trump enganou o país sobre as suas intenções, não procurou obter a autorização do Congresso para utilizar forças militares, e arrisca enredar a América numa guerra potencialmente desastrosa no Médio Oriente", declarou o líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries citado pelo Público. "Grosseiramente inconstitucional", reforçou, a partir de um comício no Oklahoma, o senador independente do Vermont, Bernie Sanders.
Mas não é só do lado Democrata que surgem as críticas à decisão de Trump. "Isto não é constitucional", criticou também o congressista republicano Thomas Massie, uma das figuras 'rebeldes' do partido.
A Reuters aponta que muitos membros do movimento MAGA de Trump se têm vindo a opor ao envolvimento dos EUA em operações militares estrangeiras. Steve Bannon, aliado de Trump, disse no seu podcast War Room que o discurso do presidente provavelmente não era o que muitos apoiadores do MAGA queriam ouvir e pediu a Trump para que oferecesse uma “explicação mais profunda” sobre a necessidade do envolvimento dos EUA.
Resposta iraniana
entretanto, segundo a CNN, um importante conselheiro do líder supremo do Irão apelou a ataques com mísseis contra navios da marinha americana e ao encerramento do Estreito de Ormuz, uma importante rota de transporte de petróleo.
“Depois do ataque americano à instalação nuclear de Fordow, é agora a nossa vez”, avisou Hossein Shariatmadari, chefe de redacção do jornal de linha dura Kayhan, uma conhecida voz conservadora que já se identificou anteriormente como “representante” do líder supremo, Ayatollah Ali Khamenei.
Uma mensagem no Telegram do Kayhan citava Shariatmadari como tendo dito: “Sem hesitação ou atraso, como primeiro passo, devemos lançar ataques com mísseis contra a frota naval americana baseada no Bahrein e simultaneamente fechar o Estreito de Ormuz à navegação americana, britânica, alemã e francesa”.
A mensagem terminava com uma citação do Alcorão, que dizia: “Matai-os onde quer que os encontreis”.
Ataque americano é ameaça à paz, critica SG da ONU
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, afirmou no sábado à noite que o ataque dos EUA às intalações nucleares do Irão "ameaça" a paz e a segurança em todo o mundo e apelou a que o mundo evite entrar numa "espiral de caos".
"Trata-se de uma escalada perigosa numa região que já está à beira do abismo e de uma ameaça direta à paz e à segurança no mundo", afirmou António Guterres em comunicado.
De recordar que o conflito entre Israel e o Irão começou na madrugada de 12 para 13 de Junho, quando Israel lançou um ataque aéreo que atingiu mais de uma centena de alvos em território iraniano, incluindo instalações nucleares e bases de mísseis.
Dados oficiais apontam que até agora 248 pessoas morreram desde o início dos ataques Israelitas ao Irão.
