“Tem apenas um documento, que reconhece ser mero rascunho antigo enviado por terceiro, além da indeclinável constatação de que o tal pedido não se materializou!", alegou a defesa do ex-presidente, citada na Agência Brasil, numa justificação solicitada pelo STF.
Os advogados do ex-presidente responderam a um pedido do juiz do Supremo Alexandre de Moraes, instrutor do caso, que exigiu explicações num prazo de 48 horas, em face à “reiteração de condutas ilícitas”, depois de encontrar no telemóvel de Bolsonaro um pedido de asilo ao Governo argentino.
Uma hora antes do fim do prazo, os advogados indicaram na resposta que “um rascunho de pedido de asilo ao Presidente argentino” de Fevereiro de 2024 “não pode ser considerado um indício de fuga”.
O texto, sem data nem assinatura, mas dirigido ao Presidente argentino, estava no telemóvel de Bolsonaro desde 2024, quando foi alvo das primeiras investigações no caso de golpe de Estado.
Segundo a Polícia Federal, os elementos encontrados indicam que Bolsonaro, actualmente em prisão domiciliaria, "tinha em seu poder um documento que possibilitaria a sua fuga do Brasil para a República Argentina, especialmente após o início da investigação".
No documento, o ex-presidente alega que no Brasil é perseguido por motivos e por crimes essencialmente políticos.
Ainda de acordo com a defesa de Jair Bolsonaro, o ex-presidente cumpriu as medidas cautelares determinadas pelo STF, tal como a proibição de deixar o país e a proibição de utilizar as suas redes sociais e as de terceiros.