NYT denuncia destruição de contracetivos em larga escala pelos EUA

PorExpresso das Ilhas, Lusa,12 set 2025 14:14

Um armazenamento de contracetivos no valor de 10 milhões de dólares, destinado aos países em desenvolvimento, foi destruído pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, noticiou hoje o jornal New York Times.

A notícia do jornal norte-americano cita um funcionário da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês), organismo que actualmente se encontra sobre a tutela do Departamento de Estado norte-americano.

Pílulas anticoncecionais, DIUs (dispositivo intrauterino) e outros implantes foram destruídos por ordem da Administração do Presidente Donald Trump, num local desconhecido.

O armazenamento encontrava-se num depósito localizado na Bélgica.

"O presidente (Donald) Trump está empenhado em proteger a vida das crianças em gestação em todo o mundo", refere um comunicado citado pelo jornal, confundindo a contraceção com a interrupção voluntária da gravidez.

O mesmo documento, refere que os Estados Unidos não vão fornecer mais contracetivos sob o pretexto de ajuda externa.

Os Estados Unidos reduziram significativamente a ajuda internacional, incluindo a retirada, em julho, de cerca de nove mil milhões de dólares de ajuda destinada principalmente à utilização no em países estrangeiros.

A Administração norte-americana também despediu milhares de funcionários da USAID e eliminou uma série de programas que promoviam o planeamento familiar.

Os Estados Unidos, por ordem do chefe de Estado, proibiram também qualquer assistência, direta ou indireta, a organizações não-governamentais estrangeiras que "realizem ou promovam ativamente o aborto como método de planeamento familiar".

De acordo com o jornal New York Times, com base em documentos oficiais do Departamento de Estado e da USAID, várias organizações ofereceram-se para comprar ou aceitar a doação de contracetivos.

No entanto, a Administração norte-americana decidiu pela destruição dos produtos, uma operação estimada em 167.000 dólares.

A destruição do armazenamento já tinha sido anunciada em Julho.

"A decisão do governo dos Estados Unidos (...) é um acto deliberadamente irresponsável e prejudicial contra mulheres e raparigas em todo o mundo", afirmou em comunicado a organização Médicos Sem Fronteiras.

Na terça-feira, os eurodeputados pediram à presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, que interviesse "com urgência" para bloquear a operação.

"Tal destruição seria inaceitável por razões de saúde, éticas e políticas", declararam vários eurodeputados.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,12 set 2025 14:14

Editado porAndre Amaral  em  12 set 2025 19:19

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