Países do leste da UE avançam com sistema para detetar e reagir a drones

PorExpresso das Ilhas, Lusa,26 set 2025 15:14

Dez países da União Europeia decidiram hoje avançar com um muro contra drones, um sistema de defesa aérea para detetar e reagir à entrada irregular destas aeronaves pilotadas remotamente, que arranca no flanco leste e pode ser alargado.

"Enfrentamos desafios claros: a Rússia está a testar a UE [União Europeia] e a NATO e a nossa resposta deve ser firme, unida e imediata. Na reunião de hoje, acordámos passar das discussões para ações concretas e chegámos a acordo sobre pontos importantes relativamente à vigilância do flanco leste através da criação de um muro de drones, como prioridade imediata", anunciou o comissário europeu de Defesa, Andrius Kubilius.

O responsável falava em conferência em Helsínquia, na Finlândia, após uma reunião por vídeoconferência com ministros da Defesa de 10 Estados-membros da UE na linha da frente da guerra da Ucrânia causada pela invasão russa (Bulgária, Estónia, Finlândia, Letónia, Lituânia, Polónia e Roménia, Eslováquia, Dinamarca e Hungria).

Promovida pela Comissão Europeia, a reunião contou também, na qualidade de observadores, com representantes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e com governantes ucranianos, cujo país tem "uma experiência testada em combate" contra drones, segundo o comissário europeu da tutela.

"Esse projeto será desenvolvido em toda a Europa em conjunto com os parceiros da linha da frente e com a experiência inestimável da Ucrânia", apontou Andrius Kubilius.

Para já, só estão envolvidos 10 países da UE, mas o objetivo é que o projeto se estenda a outros, como Portugal.

De acordo com o comissário, "a prioridade imediata deste muro contra drones é a deteção antecipada - que falta em alguns locais -, o rastreamento e a capacidade de os intercetar".

Andrius Kubilius referiu que cabe agora aos líderes da UE, no Conselho Europeu, discutir tal iniciativa, tanto na cimeira informal da próxima semana, como na reunião regular no final de outubro.

"Nos tempos mais próximos, definiremos um plano detalhado, conceptual e técnico, em conjunto com peritos nacionais e, naturalmente, trabalharemos com a indústria europeia de defesa", adiantou o responsável.

Está em causa a criação de uma sistema que permita detetar nas fronteiras da UE esta tecnologia inovadora, após recentes violações do espaço aéreo por drones em países como Polónia, Roménia, Estónia e Dinamarca.

Os países da UE vão agora avaliar as suas capacidades de deteção, pois até agora os sistemas de defesa aérea estavam direcionados para detetar caças e mísseis e têm de ser equipados com radares, lasers ou sensores acústicos para conseguir identificar drones, que apesar de serem de menor dimensão, podem transportar bombas e mísseis.

Depois, os Estados-membros têm de ter equipamentos tecnológicos para monitorizar estas aeronaves controladas remotamente.

É ainda necessário que a UE decida como reagir, se abate ou destrói tais drones.

O objetivo de Bruxelas seria que este muro contra drones estivesse implementado no espaço de um ano, sendo que isso depende dos países e também da indústria europeia, e depois alargá-lo.

"Não faz sentido deixar o sul a descoberto", disse uma fonte europeia, aludindo à extensão a países como Portugal, Itália ou Grécia.

Quanto ao financiamento, os países podem alocar verbas dos empréstimos para compras conjuntas na defesa (o programa SAFE), bem como da futura iniciativa da UE para fortalecer a base industrial e tecnológica de defesa (o EDIP) e da classificação de projetos europeus de interesse comum.

A Rússia invadiu a Ucrânia em Fevereiro de 2022 e desde então tem intensificado as suas ações hostis contra a UE.

Foto: depositphotos

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,26 set 2025 15:14

Editado porSheilla Ribeiro  em  27 set 2025 19:19

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