“As crianças no Haiti estão sofrendo violência e deslocamento numa escala assustadora. Cada vez que são forçadas a fugir, perdem não apenas as suas casas, mas também a oportunidade de ir à escola e simplesmente de ser crianças,” disse Catherine Russell, Directora Executiva da UNICEF, em comunicado de imprensa.
O Alerta Infantil (Child Alert) destacou que o deslocamento está a agravar outras crises.
Com mais de 33% dos locais carentes de infraestrutura básica de protecção, as crianças e mulheres ficam expostas a um maior risco de violência, exploração e abuso. As escolas frequentemente funcionam como abrigos, prejudicando ainda mais a educação de quase meio milhão de estudantes.
O Haiti continua a enfrentar crises sobrepostas, com mais de 3,3 milhões de crianças necessitando de assistência humanitária e mais de um milhão de crianças enfrentam níveis críticos de insegurança alimentar.
Estima-se que aproximadamente 288.544 crianças menores de cinco anos sofrerão de desnutrição aguda este ano. A situação agrava com grupos armados controlam mais de 85% do Porto Príncipe e estradas importantes, privando famílias de alimentos, assistência médica e protecção, enquanto agentes humanitários correm sérios riscos para chegar aos mais necessitados.
Num trabalho conjunto com parceiros, até o momento neste ano, o UNICEF tratou mais de 86.000 crianças com desnutrição crónica. Desde 2024, o Governo do Haiti e o UNICEF desmobilizaram e reintegraram mais de 178 crianças por meio do Protocolo para a Entrega de Crianças Associadas a Grupos Armados.