No entanto, o PCV insistiu também que deve haver plenas garantias e que as novas eleições sejam realizadas sem o atual Conselho Nacional Eleitoral (CNE), organismo que ainda não divulgou os resultados detalhados das últimas presidências, realizadas em julho de 2024.
"O PCV reitera mais uma vez a necessidade de repetir as eleições presidenciais, uma proposta que vem sendo apoiada por outros setores da sociedade venezuelana e também por setores internacionais, que lançaram esta proposta perante a crise que vivemos hoje os venezuelanos", disse Osvaldo Ramos, membro do Grupo Político do Comité Central daquela organização.
Durante uma conferência de imprensa em Caracas, Ramos explicou que se trata no entanto de uma proposta em que "os dois polos causadores da crise já se manifestaram contra", cada um deles "arrogando-se a vitória de julho de 2024, do ano passado".
"Dizem que não vão repetir as eleições porque cada um deles ganhou. No entanto, não há informações confiáveis por parte do organismo eleitoral que comprovem tanto a vitória que o Governo diz ter, quanto a que a oposição diz ter", disse.
Apesar da posição, o PCV questiona que a oposição queira uma intervenção militar estrangeira para que o poder lhe seja entregue e que o regime mantenha "uma política de repressão, do Estado, contra os venezuelanos, contra os protestos populares".
"Nós, os comunistas, insistimos na necessidade de repetir as eleições na Venezuela com garantias para todos os setores participantes, com garantias de que os resultados serão respeitados. Não podem ser as atuais autoridades que hoje dirigem o CNE que convoquem ou conduzam este novo processo eleitoral", explicou.
Segundo Osvaldo Ramos, para a realização de novas eleições na Venezuela "é preciso ter garantias de participação, de respeito a cada uma das organizações políticas participantes e, claro, a devolução dos cartões eleitorais [símbolos e nomes] de cada uma das organizações que foram arbitrariamente intervencionadas pelas autoridades", entre elas o próprio PCV.
Em 28 de julho de 2024, a Venezuela realizou eleições presidenciais, cuja vitória foi atribuída pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos, resultado contestado pela oposição que afirma que Edmundo González Urrutia, que entretanto pediu asilo político em Espanha, obteve cerca de 70% dos votos.
Tanto a oposição venezuelana como vários países da comunidade internacional denunciaram o escrutínio como fraudulento e exigiram a apresentação dos registos de votação para que pudessem ser verificados de forma independente.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança e o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
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