Segundo as fontes, os confrontos, hoje conhecidos, aconteceram no domingo, nas margens do rio Messalo, limite entre Xaxaxa, Meluco, e Homba, após os rebeldes caírem na emboscada dos paramilitares da Força Local.
"Morreram cinco rebeldes e eles conseguiram ferir nosso colega", disse uma fonte a partir de Mueda, admitindo a possibilidade de haver mais vítimas mortais do lado dos insurgentes, dada a natureza da "megaoperação" no terreno, que culminou com a retirada dos rebeldes nas margens do rio Messalo.
"Aquilo foi uma varredura, os terroristas saíram em debandada e continuamos a segui-los" disse.
A povoação de Xaxaxa dista cerca de 60 quilómetros da sede distrital de Meluco, distrito severamente afetado pelas incursões dos rebeldes desde 2017.
Um levantamento da organização ACLED, noticiado hoje pela Lusa, estima que a província moçambicana de Cabo Delgado registou 11 eventos violentos entre 27 de Outubro e 09 de Novembro, essencialmente envolvendo elementos ligados ao movimento extremista Estado Islâmico, provocando dez mortos entre civis.
De acordo com o mais recente relatório da organização de Localização de Conflitos Armados e Dados de Eventos (ACLED, na sigla em inglês), dos 2.251 eventos violentos registados desde Outubro de 2017, quando começou a insurgência armada em Cabo Delgado, um total de 2.077 envolveram elementos associados ao Estado Islâmico Moçambique (EIM).
Estes ataques provocaram em pouco mais de oito anos 6.316 mortos, refere no novo balanço, incluindo as dez vítimas reportadas nestas duas semanas, entre outubro e novembro.
Ainda na análise a este período, o ACLED aponta que "houve atividade significativa nos distritos ao sul de Macomia, particularmente em Quissanga, onde a vila de Cagembe se tornou claramente um centro de operações do grupo".
A primeira-ministra moçambicana, Benvinda Levi, reconheceu na quinta-feira a "persistência de ações terroristas" como um dos principais desafios do país, mas apontou uma "estabilização" no terreno, que tem permitido o "regresso gradual" das populações às zonas de origem.
"Um dos principais desafios que o nosso país regista de momento é a persistência de ações terroristas em alguns distritos de Cabo Delgado, onde estes têm estado a recorrer, entre outros 'modos operandi', a ataques esporádicos e dispersão em pequenos grupos", reconheceu, ao intervir no parlamento para prestar informações aos deputados.
"Além de praticarem atos hediondos, os terroristas, ultimamente, têm também recorrido à prática de raptos e sequestros sistemáticos ao longo das vias públicas, nas áreas de exploração mineira e onde ocorrem outro tipo de atividades económicas para posterior pedido de valores monetários em troca da libertação das vítimas feitas reféns", reconheceu.
Para fazer face à situação, "o Estado moçambicano tem vindo a implementar um conjunto de medidas de caráter securitário e socioeconómico que estão a resultar", nomeadamente, "na estabilização das áreas anteriormente consideradas críticas, incluindo o estabelecimento de cinturões que garantam segurança às populações, às zonas de produção e às infraestruturas económicas e sociais públicas e privadas".
Foto: depositphotos
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