Acabei de assinar a lei para tornar público o caso Epstein!", escreveu o Presidente norte-americano numa longa mensagem na rede social Truth Social, que lhe pertence, acusando mais uma vez os opositores democratas de terem escondido a verdade.
O texto aprovado na terça-feira pela Câmara dos Representantes, e logo em seguida pelo Senado, dá um mês ao Departamento de Justiça para disponibilizar todos os documentos não confidenciais em sua posse sobre Jeffrey Epstein, o financeiro nova-iorquino, morto na prisão em 2019, quando aguardava julgamento por crimes sexuais.
Depois de prometer revelações bombásticas durante a campanha de 2024, Donald Trump exortou os apoiantes a virar essa página uma vez confirmado o regresso ao poder, e qualificou o caso como uma "farsa" montada pela oposição democrata sempre que a comunicação social foi divulgando as suas ligações com o financeiro.
Recentemente, Trump repetiu que não tinha "nada a ver com Jeffrey Epstein", descrevendo-o como um "pervertido doente".
Ambos figuras da alta sociedade nova-iorquina, os dois empresários eram amigos desde o final dos anos 80, até se desentenderem no início dos anos 2000, antes de serem instauradas, alguns anos mais tarde, acusações contra Epstein relacionadas com a organização de uma rede de exploração sexual de menores.
O Presidente norte-americano, que nunca foi acusado pela Justiça neste caso, opôs-se durante meses à proposta de lei de "transparência no caso Epstein". Porém, no último domingo, Trump revelou ter mudado de opinião, deixando claro que o texto seria aprovado sem problemas no Congresso, o que se confirmou.
A proposta de lei foi aprovada pela Câmara na terça-feira por 427 votos a favor e 1 contra, e o Senado utilizou um procedimento especial para aprová-la sem debate e por unanimidade no mesmo dia. Ao promulgar a lei, Donald Trump inicia uma contagem regressiva de 30 dias, mas já começou a dar sinais do que pretende fazer com a decisão.
Na semana passada, o líder republicano ordenou à secretária da Justiça, Pam Bondi, que abrisse uma investigação sobre a relação entre o financeiro e certas personalidades democratas, incluindo o ex-presidente Bill Clinton, ainda que a procuradoria do Ministério Público e a polícia federal de investigação (FBI) tivessem anunciado em julho que "não encontraram provas para fundamentar uma investigação contra pessoas até agora não processadas" no caso.
Questionada pela imprensa sobre o motivo das novas investigações pedidas por Trump, Pam Bondi afirmou na quarta-feira que eram justificadas por "novas informações", sem especificar quais.
A nova lei aprovada pelo Congresso autoriza o Departamento de Justiça a reter ou censurar documentos do processo sob certas condições, nomeadamente para preservar a privacidade das vítimas ou devido a "uma investigação ou processo federal em curso".
O republicano Thomas Massie, um dos autores da proposta de lei e crítico frequente de Donald Trump, disse temer que essas investigações sejam "uma cortina de fumo" e uma "última tentativa de impedir a publicação do processo Epstein".
Massie sublinhou, porém, que, de acordo com os termos da legislação, as autoridades só poderiam recorrer à desculpa de uma investigação de forma "temporária" e restrita, escreveu na rede social X.
Pam Bondi afirmou, por sua vez, que os seus serviços respeitarão a lei com "a máxima transparência, protegendo simultaneamente as vítimas".
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