Ficou muito conhecido em Cabo Verde por ter sido antigo Selecionador Nacional de Basquetebol durante os anos 80, e por ser considerado o grande impulsionador da modalidade no país. Durante mais de uma década foi igualmente técnico da Direção Geral dos Desportos. Comandou a seleção nacional de Basquetebol na conquista do torneio da zona 2, realizado na cidade da Praia.
Alem de treinador, Claude foi um entusiasta pela organização da administração publica nos domínios do desporto. Claude foi igualmente galardoado, no ano passado, pelo Governo de Cabo Verde, com o segundo grau de medalha de mérito desportivo pela dedicação e entrega à causa do desenvolvimento de basquetebol cabo-verdiano.
Infelizmente, a 29 de outubro, soubemos do seu desaparecimento físico e as mensagens de pesar e condolências à família começaram a aparecer dos mais diversos quadrantes da sociedade cabo-verdiana, com especial relevância do próprio Governo de Cabo Verde.
Este é um percurso de vida dedicado ao desporto, onde as maiores referências do desporto cabo-verdiano (sejam atletas, treinadores ou dirigentes) lhe prestam uma última homenagem.
Contudo, pelo que compreendi em segunda mão, existe um aspeto relevante na vida de Claude Constantino e que quero partilhar com o leitor. Claude era um homem que a certos níveis vivia à frente da sua época. Permita-me o leitor explanar porque tenho esta ideia.
No mundo contemporâneo das organizações (sejam elas de desporto ou não), existem uma cada vez mais relevante atribuição de importância ás habilidades “não-técnicas” de um profissional. Isto é, cada vez mais as organizações procuram nos seus recursos humanos (sejam funcionários ou colaboradores) que estes dominem as soft skills. Estas habilidade estão muito ligadas como a forma que o individuo lida com os desafios encontrados. Entre estas habilidades podemos destacar a capacidade de colaboração, empatia, comunicação, liderança, inteligência emocional e flexibilidade.
Durante os meus tempos de universidade, um dos meus mentores foi o professor Tomás Morais (ex-selecionador nacional de Portugal de Rugby que levou os amadores “Os Lobos” ) que uma vez em palestra disse que “eu não sou a pessoa que mais sabe de rugby em Portugal, mas certamente consigo transmitir aos meus atletas aquilo que sei e faze-los cumprir aquilo que quero”. Hoje em dia, Tomás Morais faz palestras para empresas de alto nível na Europa.
Claude Constantino, tinha esta mesma característica. Sabia que ao alavancar estas competências e habilidades o seu sucesso estava intrinsecamente ligado com os resultados da sua equipa. Ele era considerado no seio dos seus jogadores como um pai. Um líder incontestável que compreendia a capacidade da mobilização humana para o sucesso da sua equipa. Para ele a felicidade era equacionada para chegar aos resultados.
Uma pessoa que na vida deixa um legado e inspiração no qual nutrimos todos admiração e respeito.