Jenifer Solidade… um click, um palco e o mundo

PorPaulo Lobo Linhares,28 mar 2021 7:55

​Imaginemos que todos os mais conceituados festivais de músicas do mundo se unissem para fazer um único festival – como lhe chamou Djô da Silva – “o festival dos festivais.”

Sendo dos mais variados países trazem com eles várias culturas, várias gentes e sons, que se abraçam e unidas cantam uma só causa: a música.

De cada festival, artistas que possivelmente os representariam este ano: o ano em que vimos cancelados todos festivais… fisicamente.

Mas como os produtores e músicos…ou melhor…a música não para - surge o CULTURAS360 – um festival online que reúne um pouco de cada um dos festivais.

Assim, durante os dias 27 e 28 de Março, “todos” os palcos serão online, e a música dançará e celebrará culturas. Espetáculos, abordagens de diferentes ritmos que se traduzem num só traço – o do CULTURAS360.

Resumido o conceito, agora imagine um músico que pudesse representar o nosso Kriol Jazz Festival. A representar Cabo Verde e o Kriol Jazz Festival estará Jenifer Solidade, que seria uma das figuras do primeiro palco do Sal – KJF.

Jenifer sempre me atraiu. Confesso que logo à partida… começou pelo desenho que traz com ela – uma figura que fica bem aos palcos. Acredito que se estes falassem agradeceriam a presença de Jenifer enquanto parte dele.

Mas se esta foi a primeira característica que me fez olhar com mais atenção para a cantora, depois de a ouvir continuou e confirmou-se o que imaginava: uma voz absolutamente fora do normal, própria, e com um timbre que envolve qualquer um.

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Continuei a seguir Jenifer, pois nessa altura algo me dizia que entre os ambientes das músicas do mundo, o Jazz, a música tipicamente Cabo-Verdiana onde ritmos das várias ilhas poderiam ser abordados … e quiçá com algum pop – um deles haveria de ser a estrada musical de Solidade.

Enganei-me.

Na verdade, não foi este ou aquele género, mas todos e de tudo um pouco. Não duvido.

Jenifer tem uma versatilidade na abordagem musical rara. Com vários faz o “um” dela.

Da corte em Oriundina, ao swing brincalhão e de realidade CV de Jack, as tradições de São Vicente e Santo Antão… tudo foi abordado no mesmo nível de qualidade pela voz-postura e incorporação do feeling musical, por parte da cantora. Mais, até guardou um espaço para experiências com profissionais do Jazz que cá estiveram… onde se viu certamente resquícios de Diva.

Jenifer absorve quem a vê, de forma simples.

É ritmo alegre quando necessário e envolvência quando necessário.

É seguramente uma figura que traduz a mistura de sons do Kriol Jazz Festival. Será com certeza uma representante coerente do festival, no festival…

Gravou um disco, que proponho esta semana, onde realço uma vez mais o trabalho do produtor Hernâni Almeida – que tem vindo a formatar muita da nossa música e que claramente a influenciou.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1008 de 24 de Março de 2021. 

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Autoria:Paulo Lobo Linhares,28 mar 2021 7:55

Editado porAndre Amaral  em  29 mar 2021 10:10

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