Soren Araújo Trio - montanhas e o universo e palco - Kriol Jazz Festival

PorPaulo Lobo Linhares,29 mar 2024 10:17

“Raízes do tradicional e folhas que brotam de uma fusão aprendida em experiências vividas”

… e se pensarmos nos sons que os ventos fazem ao percorrer docemente os vales e encostas das montanhas …

… e se houver ventos que se apaixonam por montanhas, fazendo assim com que as sonoridades sejam feitas com pedaços de amor e música…

… bem, por vezes poderão ainda se entusiasmar e fazer com que a festa dos ventos e vales seja mais agitada, com musicalidades mais arrebatadoras…

Os ventos tocam, assobiam e as montanhas são a base tocada… que reflecte o som.

O músico Soren Araújo – que escolheu para viver o País de Gales, onde os ventos e montanhas são constantes - apercebeu-se desta musicalidade a que juntou as que foi ouvindo noutros países pelos quais ia passando, aquando das suas digressões musicais. Guardava as sonoridades para as ir usando conforme achasse oportuno: musicalmente.

Já Hélder “Pelada” Rodrigues vive na ilha mais montanhosa de Cabo Verde. Contudo, na ilha que Hélder tem tatuada nele – o vento também se enamora, canta, assobia, zanga-se, brinca e constrói a tal incontornável ligação entre vento-montanhas e som…

Soren e Hélder assim se deixam levar pelos ventos e sonoridades das montanhas em viagens puras e – para este KJF – se propuseram a transcrevê-las para as cordas dos seus violões.

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Sim, as cordas são as arestas dos ventos e sons … a caixa do violão, montanhas que ecoam música pura… e tudo se junta no imaginário dos músicos…

Há fusão entre o que a natureza terá escolhido para oferecer este momento - através dos nomes de Soren, Pelada e…uma terceira parte do projecto – a percussão e bateria de Alex Figueiredo.

Alex faz parte da nova, porém já experiente geração da música da ilha de Santiago. Nesta ilha, todos têm como referência o Monte Pico d’Antónia – que calmamente repousa no centro da ilha. Assim, qual raiz (também musical) que prende as viagens ondulantes pelas cordas de Soren e Pelada – posiciona-se a percussividade de Alex Figueiredo – o “miúdo” que provavelmente representará toda uma juventude de belíssimos instrumentistas que surgem na nossa música…e como a representa…

Na abertura do primeiro dia do Kriol Jazz Festival – o nosso festival que se assenta em balões de liberdade musical e culturas várias, entre o Jazz e a música improvisada - será proposta esta viagem – diálogo entre dois dos maiores nomes das nossas cordas e que caminham numa estrada que construíram com raízes do tradicional e folhas que brotam de uma fusão aprendida em experiências vividas.

Desenham sons, pintam momentos e sonoridade de uma fortíssima imagética.

Penso ser inegável e digo-o com toda a certeza que perder este Soren Araújo Trio na abertura do primeiro dia do nosso KJF é perder parte especial do que para muitos será a referência dos festivais musicais…

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Autoria:Paulo Lobo Linhares,29 mar 2024 10:17

Editado porAntónio Monteiro  em  31 mar 2024 9:41

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