Os navios que fazem a ligação marítima entre Mindelo e Porto Novo estão parados. Mar de Canal está em doca seca em revisão preventiva, Tuninha impedido de navegar pela ENAPOR. Ligação entre as duas ilhas está a ser assegurada pelo navio Pentalina.
Foto:Inforpress
Tudo começou com a paragem do navio Mar de Canal. A empresa Naviera, dona daquela embarcação, esclareceu a paragem dizendo que o Mar de Canal estava em doca seca para a realização de trabalhos de revisão preventiva. Sobrava o navio ‘Vicente’ da companhia de navegação Tuninha. Mas mesmo este foi obrigado a parar.
Em comunicado, a empresa esclarece que recusa a responsabilidade pela paragem do navio dizendo que a paragem aconteceu por responsabilidade da ENAPOR.
Reclamando que os armadores passam por dificuldades económicas a empresa declara que já alertou “há muito tempo os governantes sobre a situação económica precária das nossas companhias privadas de navegação”.
Assim, com a paragem dos dois navios que faziam a ligação entre Mindelo e Porto Novo, o transporte de cargas e passageiros passou a ser feito pelo navio ‘Pentalina’, com maior capacidade de carga, mas que transporta menos passageiros.
Dificuldades em Santo Antão
As dificuldades que se verificam, actualmente, na ligação marítima entre Porto Novo e São Vicente estão a comprometer o turismo em Santo Antão e contribuir para agravar a situação economia desta ilha, alertou hoje a edil portonovense.
Em declarações à Inforpress, a presidente da Câmara Municipal do Porto Novo, Rosa Rocha, avisou que os problemas que afectam, desde semana passada, a ligação marítima Santo Antão/São Vicente estão a “comprometer as actividades económicas relacionadas com o turismo”, na ilha das montanhas.
Os constrangimentos que condicionam a ligação marítima entre as duas ilhas vizinhas começaram, na semana passada, com a paragem, para a manutenção, do ferry-boat Mar d’Cal, da Companhia Naviera Armas, e com a decisão da Agência Tuninha em suspender as viagens do navio Vicente, do qual é proprietária.
A interrupção da viagem por parte do Vicente, que vem assegurando, com o Mar d’Canal, a ligação diária entre as duas ilhas, surge na sequência de “um diferendo” que opõe a Agência Tuninha e a ENAPOR, empresa que administra os portos em Cabo Verde.
“Urge resolver esse diferendo entre a operadora Tuninha e as autoridades marítimas”, disse à Inforpress a edil do Porto Novo, considerando que “essa situação está comprometendo as actividades económicas relacionadas com o turismo e contribuindo para agravar a situação económica e financeira da ilha de Santo Antão”.
Ao tomar conhecimento da suspensão do serviço por parte de Tuninha e da paragem do Mar d’Canal, Rosa Rocha disse ter contactado os operadores nessa linha e autoridades marítimas “para se inteirar da situação e evitar que fosse interrompido o transporte entre as duas ilhas”, tendo recebido a garantia de que “seria encontrada uma solução viável”.
Porém, a “solução alternativa encontrada”, ou seja, a colocação do ferry-boat Pentalina B, nessa linha, “não responde à demanda”, segundo Rosa Rocha, que defendeu “medidas urgentes” que visam a normalização da ligação marítima entre Santo Antão e São Vicente, uma das linhas de maior tráfego em Cabo Verde.
Esta quarta-feira, Pentalina B não realizou a viagem, o que deixou a ilha de Santo Antão praticamente parada, segundo alguns utentes, abordados pela Inforpress.
Numa altura em que a ligação marítima São Antão/São Vicente volta a gerar preocupações, surge a notícia de que os municípios santantonenses podem retomar a ideia, lançada há três anos, de incentivar os empresários locais a apostarem na criação de uma sociedade de transportes marítima para operar na linha Porto Novo/Porto Grande.