CRASDT: «Quando os membros de Tendas falam, é uma reprodução de Naty»

PorSara Almeida,28 mai 2017 6:36

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Toda a gente a viu na televisão, em Junho do ano passado, acérrima, a defender a Congregação Reformada dos Adventistas do Sétimo Dia de Tendas (CRASDT) e o líder, seu marido, Inácio Cunha. Mais tarde, defendeu-o também, na Justiça, contra as acusações de que este era alvo, nomeadamente de maus tratos ao cônjuge. Mentiu e hoje, sem medo das consequências, assume a mentira. Ao fim de dez anos sob as Tendas, Délcia Nascimento, conta a sua história. Uma história de “lavagem cerebral” e de torturas vivida no seio de uma congregação religiosa onde o fundador rege tudo e todos. Esta é a sua versão dos factos, em vários pontos semelhante às de outros ex-membros da CRASDT.

 

No dia 25 de Fevereiro, Délcia bateu com a porta. Abandonou a Congregação Reformada dos Adventistas do Sétimo Dia das Tendas (CRASDT), deixou para trás também o casamento com o homem que um dia acreditou ser o “mais justo da terra”, o profeta em quem Deus alegadamente morava.

Saiu e não ficou maluca, não virou bandida ou prostituta, não andou nua na rua, a comer fezes de cão. Nenhuma das visões terríveis que o líder da Congregação e seu marido afirmava virem a acontecer se sucumbisse aos demónios e saísse da Tenda se confirmaram.

Hoje sente-se bem, livre, como já não se sentia há muito. Como quem acorda de um pesadelo e olhando para trás considera que foi vítima de uma autêntica lavagem cerebral por alguém que usou a sua fé para manipulá-la.

 

Os demónios de Délcia

Délcia Nascimento tinha apenas 16 anos quando terminou o 12.º ano de escolaridade e saiu de Santa Cruz, de onde a sua família é oriunda, para ir estudar no Brasil.

 O curso escolhido foi Comunicação Social – publicidade e propaganda. A universidade, a do Rio de Janeiro (UFRJ), “cidade maravilhosa”. Estudar aí foi o concretizar de um sonho.

“Via as telenovelas e sempre tive vontade de conhecer o Brasil e quando cheguei ao Rio de Janeiro fiquei encantada.”

Foi muito bem acolhida, tanto na casa onde morava com outras raparigas de Cabo Verde como na universidade. Era a mais nova, vinda de longe, e por isso as colegas davam-lhe uma “atenção especial”.

A adaptação decorreu, pois, sem problemas. E a mudança enorme que a ida para o Brasil teve na sua vida em nada interferiu com a sua fé.

Sempre foi religiosa. Católica e praticante activa, sempre acreditou numa “existência superior, que acompanha as pessoas e é criador de tudo”. No Brasil continuou a praticar a sua fé e a ir à missa. Foi lá que conheceu Vera Brito, estudante de medicina e membro da CRASDT. Foi junto com a Vera que começou a estudar a Bíblia, algo que apesar da sua fé nunca fizera. “Fiquei encantada”, diz.

No fim do seu segundo ano, em Dezembro de 2005, veio de férias e foi então que conheceu Inácio Cunha, também identificado por Naty, de quem já ouvira falar muito. A sua figura, porém, em nada se parecia com o que idealizara. “Imaginava um senhor forte e alto, mas ele era magrinho, já velho”.

Aos poucos, Inácio foi ganhando a sua confiança. Estudavam a Bíblia juntos, e ele incentivava-a a desabafar com ele. Contou-lhe também que antes de abraçar a Palavra de Deus e criar a sua Igreja, praticara espiritismo. Tinha sido feiticeiro, separara casais e fizera vários outros rituais pouco cristãos, nomeadamente no cemitério dos Órgãos. Fizera pactos com demónios.

“Contava-me essas histórias. Dizia que no mundo havia duas forças” e que ele conhecia, pois, o Mal de perto. Via que Délcia tinha demónios à sua volta. “Acreditava e ficava com muito medo”.

Os pais da Délcia não gostavam que a filha frequentasse a CRASDT. “Mas mesmo sendo contra, eles respeitavam”, recorda.

Uma noite, Inácio revelou-lhe os “planos” que os demónios tinham para ela. Ficaria doida quando completasse 19 anos e viveria maritalmente não com um homem, não com uma mulher, mas com um cão. Um pastor alemão. A sua zoofilia seria tão dolorosa para os seus pais, que estes acabariam por morrer de desgosto.

“ Eu ficava aterrorizada”.

 

O casamento

Ao fim dos três meses de férias, em Março de 2006, a jovem Délcia regressou ao Brasil para prosseguir os estudos.

“O meu plano não era voltar para Cabo Verde. Eu gostava do Brasil e sempre quis morar no estrangeiro. Eu dizia à minha mãe: ‘O Brasil é tão bonito. É o meu sonho…” Contudo, a “profecia horrível” que Inácio lhe fizera não saia da sua cabeça. Mantiveram contacto.

A certa altura ele disse que havia “uma única forma” de ela se salvar: “casar com uma pessoa em quem Deus morasse. Assim, ficaria também próxima de Deus. Essa era a minha salvação contra o plano dos demónios”.

À distância, tudo isso parece absurdo, reconhece. Mas a forma como ele usava as palavras e a Bíblia era muito persuasiva. “A conclusão a que cheguei mais tarde é que ele se aproveita da nossa fé e usa a Bíblia para servir os seus interesses, mas na altura achava tudo lógico e incrível”.

De qualquer forma, nunca pensou que “alguém pudesse ser tão cruel para usar a Bíblia para fazer tanta maldade.”

“Eu acreditava que ele era profeta de Deus”, acrescenta.

Inácio revelou-lhe ainda que era ele a pessoa que Deus escolhera para ela se casar e poder escapar ao terrível destino. “Tinha de abandonar os meus estudos, naquele ano, vir de imediato para Cabo Verde, e assumir a minha missão que era ajudá-lo na obra de Deus e ser uma boa profetisa”.

Hesitou. Ele insistiu: “se não o fizesse, continuaria os estudos, mas ficaria doida. Então ia ser pior para os meus pais, eles morreriam de desgosto. Eu tinha muito medo que a minha mãe morresse.”

Faltava-lhe apenas um ano para acabar o curso. “Vim em Dezembro de 2006. Eu fazia 19 anos em Março, em Dezembro 2007 acabava o curso. Nunca reprovei, as minhas notas eram razoáveis, nunca deixei disciplinas para trás”, lamenta. As suas colegas de casa diziam que Inácio era doido, que lhe tinha feito uma lavagem cerebral e que o casamento não estava certo.

Mas, manipulada, aceitou. E aceitou também outras estranhas condições para o casamento.

Teria de enganar os seus pais. “Tinha de lhes dizer que tinha a cabeça cansada, que não estava a conseguir estudar, que vinha descansar, e depois retomaria os estudos”.

Mentiu deliberadamente pois, segundo Inácio, Deus assim o havia ordenado. Os pais compraram-lhe uma passagem de regresso a Cabo Verde e só quando chegou, revelou que não pretendia regressar ao Brasil. Iria casar-se.

 “Disse que Deus me chamara porque tinha uma missão junto a Naty”.

Toda a sua família se revoltou. “Foram dar pêsames como se alguém tivesse morrido”.

O casamento espantou até os crentes da CRASDT, que estranharam ver uma “menina tão nova casar com um homem de 40 e tal anos”. Mas assim foi. E ninguém soube nunca das profecias que estiveram por trás do casamento. Ele avisou-a de que, se contasse, morria porque era segredo divino.

Nenhum familiar pôde participar no casamento. Nem os pais. “Os meus pais tiveram muito desgosto, credo. Eu via todo o desgosto mas pensava, se é Deus que manda eu não tenho o que fazer”.

 

Dez anos de “isolamento”

Délcia fez o que “Deus” mandou, mas revoltada. “Pensava como é que Deus pode ser tão mau para mim, ter de casar com um homem de quem não gosto. Um homem velho… largar o meu curso, para ficar injuriada. Vivia assim, uma vida que não era o que eu escolhera.”

Até hoje não percebe porque Naty quis casar-se com ela.  “Tratava-me mesmo mal. Desprezava-me, assanhava-me…”.

Por várias vezes pensou pôr termo à vida, mas acabou por se acostumar. Era um sacrifício que tinha de fazer por Deus.

Assim, todo o seu tempo era dedicado aos afazeres da CRASDT. Corrigia os temas bíblicos do marido, que “não escreve um português correcto”. Trabalhou também no orfanato (onde, apesar do nome, estavam essencialmente filhos de membros da congregação). Competia-lhe fazer o seguimento escolar, fazendo um relatório sobre como as crianças iam nos estudos, sobre o seu comportamento e ajudando as que tinham dificuldades na aprendizagem de alguma matéria.

A partir de 2010, “as coisas ficaram ainda piores” para toda a comunidade da CRASDT. Inácio reuniu a congregação e intensificou a conversa sobre os demónios. Todos tinham demónios, só ele não. E ele queria salvar toda a gente, mas para o fazer, todos tinham de obedecer-lhe em tudo.

“Ele é o único homem justo na terra, há inocentes, mas consciente é só ele”, conta Délcia, recordando as suas palavras.

Assim, pensamentos e opiniões que não seguissem a linha do que Inácio considerava correcto eram obra dos demónios. Se não fizessem o que ele, pela boca de quem Deus falava, dizia, ficariam amaldiçoados.

“E nós acreditávamos porque ele usava a Bíblia de uma forma tão lógica que parecia certo”, reitera.

Um outro factor que Délcia acredita ter influenciado a crença na divindade dos mandos e desmandos do líder da congregação era o isolamento a que os membros da CRASDT estão votados. Praticamente só convivem entre si.

“Não saíamos a menos que fosse para fazer algo concreto. Ele dizia que não nos podíamos relacionar muito com a família, se o fazíamos éramos carnais. Dizia que isso era contra a vontade de Deus, que a nossa família era a espiritual, as pessoas da igreja”. Esse isolamento aumentou, igualmente, a partir de 2010. E o isolamento acontecia também dentro da própria igreja quando alguém ia contra o que profeta dizia.

 

Tortura!

O testemunho que Délcia presta hoje ao Expresso das ilhas corrobora as declarações de vários ex-membros que o jornal entrevistou na sequência do escândalo das confissões sobre incesto e orgias, envolvendo eminentes figuras da justiça e sociedade cabo-verdiana, e tornadas públicas em Junho de 2016.

Todos falam em “castigos”. Também Délcia o refere, tendo sido aliás, a maior vítima dos mesmos.

Inácio Cunha “dizia que Deus castiga quem ama. Que Jesus foi castigado pelos nossos pecados, então por cada pecado, nós também devíamos pagar”, explica.

O pior castigo que enfrentou – e que na justiça disse ter sido iniciativa dela – foi o de fazer jejum durante 7 dias. Uma semana, “sem comer nem beber e a fazer todos os trabalhos” domésticos. Como sobreviveu? Diz não saber, mas garante que assim foi.

O castigo foi-lhe dado por Inácio por, alegadamente, pensar o que não deveria. “Só porque uma rapariga que era magrinha foi à Boa Vista e veio gordinha. Um dia quando se baixou à minha frente, eu pensei: ‘esta menina agora tem cadera grossa (rabo gordo)’”.

Omitiu o pensamento no relatório que tinha de entregar a Inácio – todos os ex-membros falam aliás desses relatórios diários onde tudo era descrito, das acções aos pensamentos. Omitiu, por medo, mas ficou de consciência pesada e acabou por contar o episódio. “Naty aplicou-me esse castigo porque, dizia, essa era uma observação dos demónios. Tinha dado 4 dias de jejum a uma mulher parida. Como eu não estava grávida nem parida, a mim deu-me 7.”

“Fiquei magra, de olhos fundos. Fazia todos os trabalhos. No penúltimo dia ele disse para eu beber um líquido. Recusei, só faltava um dia. Passei sete dias sem sequer beber. Foi Deus. Tomava muitos banhos, porque ficava com muito calor, mas beber, nem uma gota”, diz.

Délcia foi também várias vezes agredida fisicamente. Não por Inácio. Esse nunca agredia ninguém, mas a seu mando.

“Tomei açoites várias vezes, bofetadas, bateram-me com tubos de canalização, rijos. Ainda tenho sequelas. Fui a pessoa que mais apanhou lá.”

Naty usava-a inclusive como exemplo. ”Na penúltima vez que fui agredida, chamou uma rapariga casada. Levantou-me as saias e ela ficou espantada. Eu estava toda inchada, toda pisada. Ele disse que uma das razões do castigo era ter vontade de ter filhos. Sabia que ela também queria, mas se não tirasse essa vontade da cabeça, seria açoitada como eu.”

É que, de acordo com Délcia, embora em público ninguém seja proibido ter filhos, e até usem os filhos de alguns membros para o confirmar, a verdade é que quando uma seguidora engravida “passa mal”. Ela e o marido são chamados de “ímpios”, Naty diz que as mulheres querem filhos para os entregar no altar de satanás e passa filmes “horríveis de pessoas na China a comer fetos”, para dissuadir esse desejo.

Naty coloca ainda os crentes em risco uma vez que considera que todas as maleitas físicas são obra dos demónios, e curam-se a beber litros e litros de água. Délcia, por exemplo, correu o risco de ficar paralítica, pois o “profeta” atribuía as suas dores de costas aos demónios. Dizia-lhe para beber 10 litros de água por dia que as dores passariam. Mas não passaram. Pioraram. Após muita insistência acabou por permitir que Délcia procurasse tratamento. Quem a tratou pôs-lhe “13 discos no lugar”.

 

Falsos testemunhos

Foram, como referido, as macabras “confissões” dos membros que catapultaram a CRASDT para o centro das atenções. E vimos na televisão, Délcia falar sobre o “manto da hipocrisia” de quem nega as polémicas confissões. A boca era a sua, as palavras eram de Inácio.

“Fui instruída. Quando vê os membros da tenda falar, é tudo reprodução de Naty”, diz.

Ela própria foi a protagonista de um falso testemunho. Aconteceu já em 2013 quando ela e uma outra senhora da CRASDT começaram a ver as incongruências de Inácio e pensaram sair da Igreja. Ele terá percebido essa intenção e escreveu um testemunho onde se falava de um alegado plano para o matar. Deu-o à Délcia para corrigir, ordenando que não mudasse o sentido. Depois mandou-a assinar o documento, reconhecer a assinatura no cartório, colocar a sua foto e distribuir.

“E eu li e disse que aquilo era mentira. Ele respondeu, mas Deus é que quer, disse que aquilo era para meu bem, mesmo que no momento eu não percebesse, e que assim ficava livre da culpa das pessoas que saíssem da igreja”.

Acabou, mais uma vez, por fazer o que Naty mandou. “Tinha medo de ir para o inferno, de ficar de mal com Deus”, conta.

Mas essas falsas confissões (ou testemunhos), que motivam a saída de vários membros, foram no fim também uma das principais razões da saída de Délcia.

Há poucos meses, Inácio voltou a insistir que assinasse mais uma confissão que voltava a referir um plano para o matar, incriminando a ela e a um ex-membro.  “Eu disse, não assino”. Foi ameaçada: iria passar muito mal se me entregasse a Satanás como estava a fazer ao não assinar.

Délcia começava já a perder o medo, e as desconfianças acerca da santidade do seu marido eram crescentes. Estava igualmente farta de mentiras que não tinham fim. “Alguém de Deus não pode contar mentira, não consente com mentiras. Se ele tem o espírito de Deus saberia que todas as confissões, incluindo a minha, eram mentira”.

Foi insultada como mulher – “disse que se queria filhos fosse procurar um outro homem para os ter. Que ele não tinha filhos com qualquer uma”, como crente – “que me fosse juntar aos anátemas que tinham saído” e acusada de ser adúltera.

Naty voltou a insistir que assinasse e chamou três membros para testemunharem a sua recusa. Foi novamente insultada por não ficar do lado do marido.

“Foi humilhante. Reuniu a igreja contra mim, disse que eu queria destruir a igreja”.

Délcia, desta vez, manteve a sua recusa em compactuar com mais mentiras e confrontou-o: “como pode o espírito de Deus contar mentiras”? Decidiu pôr um ponto final na sua relação com Naty.

“Ele disse que no dia em que saísse porta fora ficaria doida. É mentira. Fiquei foi aliviada. Se soubesse o que era gozar a minha liberdade, há muito tempo teria saído. Sinto-me leve”.

 

Mentiras e Omissões

Délcia tem hoje 30 anos. Sente-se livre. O mundo cá fora não é o inferno com que Naty lhe encheu a cabeça. Agora que saiu, sabe que na CRASDT dizem que ela tem um pacto com o diabo.

Sente-se mais leve, sem mentiras. Sem as manipulações na sua fé que a levaram a mentir, até publicamente. Criminalmente.

Na sequência do escândalo das referidas confissões, em Junho de 2016, Inácio Cunha foi constituído arguido, acusado de vários crimes, incluindo o de maus tratos ao cônjuge, sequestro, homicídio simples, entre outros.

Perante a justiça, Délcia mentiu. Disse que o jejum que lhe foi imposto tinha sido decisão sua e defendeu Inácio. Estava instruída sobre o que dizer, assim como todos os outros membros. “Quando fomos responder, já sabíamos o que nos iam perguntar e o que diríamos em tribunal”.

“Fui a tribunal dizer mentiras”, confessa. “Até posso ir para a cadeia, mas foi assim.”

Na questão das agressões quase foi “embaraçada” quando, após dizer que o marido não tinha conhecimento das mesmas, o procurador lhe perguntou “Se eram casados e dormiam juntos, como é que ele não sabia?”.

Então todas as acusações contra Inácio eram verdadeiras?,  pergunta-se. “As de maus tratos a cônjuge, sim”.

Délcia mentiu na justiça. E se ainda estivesse na tenda provavelmente voltaria a mentir. Para saber a verdade sobre o que por lá se passa “tem de se ter em conta as declarações de quem saiu. Não vão conseguir nenhum testemunho fiável de quem lá está. Há todo um trabalho mental, bem feito, que leva a contar mentiras, consciente de que é mentira mas acreditando que se mente pela causa de Deus. Então, as autoridades não conseguem…”

Mais ainda, revela. Quando a PJ realizou buscas na sede da CRASDT apenas encontraram uma parte das coisas. Antes, já Naty e outros membros tinham mandado “queimar as confissões e esconder as pen-drives, que tinham várias confissões e documentos da igreja, até passar a confusão. Muito material, que podia incriminar, foi retirado e escondido. Se se omite provas não tem como fazer justiça. Ele disse que Deus é que queria assim, para a igreja não ser destruída”.

Inácio Cunha foi absolvido.

Hoje chama a Inácio um falso profeta. Um lobo com pele de ovelha, que num primeiro momento mostra uma “bondade extraordinária”, para logo torturar os seguidores. Essa técnica da bondade, adverte, está novamente a ser usada para angariar novos fiéis, numa altura em que a congregação, que chegou a ter centenas de seguidores, está desfalcada.

Délcia está mais leve, mas com um temor. Acha que alguns membros da tenda, na sua fé cega a Naty, são capazes “de tudo”. Teme pela sua segurança. “Quem é capaz de mentir em nome de Deus é capaz de tudo”. “Eu não sei do que são capazes. Se acontecer alguma coisa comigo as autoridades que fiquem atentas”.

A decorrer está ainda o seu processo de divórcio. E até isso está a ser envolto em mentiras, Naty “recusou ir ao cartório, depois disse que não tinha recusado nada”… enfim. Falta então concretizar este último passo para finalmente deixar para trás essa estranha década em que foi a esposa do líder da CRADST.   

 

 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 808 de 24 de Maio de 2017.

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Autoria:Sara Almeida,28 mai 2017 6:36

Editado porAndré Amaral  em  29 mai 2017 15:05

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