A cerimónia de inauguração do centro, que fica situado na zona de Cidadela, foi presidida pela ministra da Família e Inclusão Social, Maritza Rosabal. Segundo a governante, o projecto faz parte das medidas de promoção da inclusão social preconizado pelo Governo e que está enquadrado nas celebrações do Dia Internacional das Pessoas com deficiência, assinalado a 03 de Dezembro.
De acordo com a ministra, o centro vai ajudar as associações na “união de esforços” no seu trabalho do dia-a-dia como forma de alcançarem melhores resultados, visto que existem várias organizações que têm agido de forma autónoma.
“O espaço conta com a parte para atenção primária, da reabilitação e a parte para cuidados às crianças dos 0 aos 6 anos, o que é muito importante, porque vai libertar as mães das mesmas para realizarem outras actividades”, explico.
O espaço, que tem nove compartimentos, tem capacidade para receber mais de 30 crianças.
Maritza Rosabal frisou que as associações vão poder funcionar no mesmo espaço, o que vai “libertar uma boa parte de verbas” que podem ser utilizadas noutras acções, lembrando que o Governo tem outras acções em andamento que vão poder beneficiar esse público-alvo, nomeadamente, a revisão da lei de base de pessoas com deficiência.
Por sua vez, o vice-presidente da FECAD, António Melo, considera que o Centro de Cuidados e Reabilitação vai trazer “mais dignidade” às associações que trabalham com a problemática da deficiência, mostrando-se expectante com a ratificação, no próximo ano, pelo Governo, da Convenção 159 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre a reabilitação profissional e emprego para pessoas com deficiência.
O Protocolo Facultativo da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência é outro documento que a FECAD espera a ratificação pelo executivo, juntamente com a regulamentação da lei de base das pessoas com deficiência e a efectivação do decreto-lei que contém normas técnicas de acessibilidade, para que possam ter “melhores condições e maior dignidade social”.
“Precisamos que o Governo ajude a FECAD e as suas organizações, porque é necessário que a língua gestual e a escrita “braile” sejam oficializadas e fazer parte do currículo escolar das escolas que ministram formações para professores, para que as crianças comecem a ter um futuro traçado, com formação e competir em pé de igualdade com as outras”, realça.
Ao intervir na cerimónia, a coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Cabo Verde, Ulrika Richardson, assegurou que com o centro, as crianças com deficiência terão acesso aos vários serviços básicos, acrescentando que o mesmo é uma resposta à necessidade de fazer articulação entre vários serviços e actores da sociedade civil.
O Centro de Cuidados e Reabilitação resulta de uma parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Câmara Municipal da Praia e a Federação Cabo-verdiana das Associações das Pessoas com Deficiência (FECAD).