Daniel Silves Ferreira, citado pela Inforpress, afirma que com o documento ora promulgado e publicado, os médicos que estão no final ou no meio da carreira saem beneficiados, mas os jovens que vão iniciar agora serão “duramente penalizados” nos próximos anos.
“Nós discordamos completamente desta visão. Aqueles que estão no final da carreira saem beneficiados, os outros que estão no meio da carreira também saem beneficiados, mas aquele que começam, não. Da forma que a carreira foi desenhada, e sobretudo, a transição é uma carreira que não vai atrair jovens médicos”, alerta.
O responsável falava aos jornalistas na abertura do III Congresso Internacional da Ordem dos Médicos Cabo-verdianos (OMC) e VIII Congresso Médico Nacional, que decorre na Cidade da Praia, tendo como tema “Um legado, novas oportunidades”.
Na sua perspectiva, essa questão pode vir a constituir-se “num problema a curto prazo”, já que, não estando motivados, os jovens médicos procuram a oportunidade de sair, deixando lacunas ao nível do Sistema Nacional de Saúde (SNS).
O bastonário do Ordem dos Médicos não avança mais detalhes, indicando que no final do congresso a ordem vai fazer um pronunciamento público sobre o assunto.
No seu discurso durante a cerimónia de abertura do congresso, o ministro da Saúde e da Segurança Social, Arlindo do Rosário, salientou que a carreira médica vem responder aos desafios que o SNS enfrenta, sobretudo de desenvolvimento de recursos humanos, em particular médicos.
Arlindo do Rosário explica que esta carreira, que é única para todos médicos, tem dois ramos, sendo um hospitalar e o outro de saúde pública.
“Cabo Verde precisa também de bons cirurgiões, como de bons epidemiologistas, de cardiologistas como de médicos de saúde pública, de radiologistas, como de médicos de medicina geral e familiar, entre outros”, salienta.
Arlindo do Rosário adianta que o Governo está a cumprir a promessa feita aos profissionais de saúde.